Back
Trabalhos publicados como capítulo de livro pela editora Agron Food Academy

PRÁTICAS DE SAÚDE COLETIVA DESENVOLVIDAS NO NÚCLEO DE APOIO A SAÚDE DA FAMÍLIA DO MUNICÍPIO DE BORBOREMA – PB.

Estefany Niely Alves Pequeno Melo1; Kataryne Árabe Rimá de Oliveira2; Isabelle de Lima Brito Polari3.

1 Estudante do Curso técnico em Nutrição e Dietética – CAVN – CCHSA – UFPB, E-mail: [email protected], 2 Pós-doutoranda em Ciências da Nutrição – DN – CCS – UFPB. E-mail: [email protected]; 3 Docente do Departamento de Gestão Agroindustrial – CCHSA –UFPB. E-mail: [email protected].

Resumo: O objetivo deste trabalho foi relatar as atividades práticas vivenciadas durante o estágio supervisionado em Saúde coletiva do curso Técnico em Nutrição e Dietética, realizado no Núcleo de Apoio a Saúde da Família (NASF), Borborema-PB. Em cumprimento a rotina do local, foi possível acompanhar a nutricionista em suas consultas individuais, auxiliando-a na aferição das medidas antropométricas e orientações nutricionais. Além disso, também foram promovidas palestras para idosos sobre a importância da alimentação saudável ao longo da vida e em creches /escolas de ensino fundamental onde foi abordada a importância dos alimentos consumidos e suas quantidades. Como estratégias práticas foram realizadas apresentações de fantoche, pintura de frutas no rosto das crianças, elaboração de panfletos sobre alimentação saudável e uma pirâmide alimentar. Nesse contexto, pode-se perceber que os estágios curriculares são de grande importância para formação acadêmica, pois a partir deles o estudante pode colocar em prática conhecimentos adquiridos em sala de aula, vivenciando a rotina profissional e desenvolvendo habilidades / afinidades com as diferentes áreas da Nutrição.

Palavras–chave: Formação profissional; nutrição; saúde coletiva

INTRODUÇÃO

A nutrição e os profissionais desta área têm um papel importantíssimo na promoção da saúde, tanto da população sadia quanto da enferma e em todos os ciclos de vida. Dessa forma, atividades de administração de Unidades de Alimentação, assim como as atividades terapêuticas, de informação e direcionamento são ferramentas importantes na nutrição (MAHAN et al., 2013).

Nesse contexto, além do nutricionista, o Técnico em Nutrição e Dietética é o profissional regido pelo Conselho Federal de Nutrição (CFN), de acordo com a Resolução do CFN N° 605/ 2018, para também desempenhar essas funções. Tem suas áreas de atuação definidas como Área de Nutrição em Alimentação Coletiva (UAN); Nutrição Clínica; Nutrição em Saúde Coletiva; Nutrição na Cadeia de Produção; e na Indústria e no Comércio de Alimentos.

O campo de trabalho é bastante amplo, podendo atuar em diversos segmentos, tais como empresas e instituições, hotéis, hospitais, clínicas, bancos de sangue, spas, Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI) e similares, comunidades terapêuticas e outros, em alimentação escolar em rede privada de ensino, restaurantes comerciais e similares, lactários, central de terapia nutricional, agroindústria de alimentos, mercados e similares, padarias e confeitarias, laticínios, açougues e similares, de hortifrutigranjeiros, de produtos naturais e dietéticos. Pode também desenvolver suas atividades voltadas às Políticas e Programas Institucionais e de Vigilância em Saúde (BRASIL, 2018).

Diante disso, as vivências de estudantes dentro das áreas de atuação do Técnico em Nutrição e Dietética faz-se necessário uma vez que o conhecimento da realidade e de experiências práticas o capacita para o mercado de trabalho, tendo um destaque especial na área de Saúde coletiva. De acordo com Pimenta (2006), nos estágios o discente consegue, de uma maneira generalizada, revisar através da prática tudo aquilo que foi ministrado em sala de aula, uma vez que, possibilitará a aproximação da futura realidade de trabalho.

Ressalta-se ainda que dentro de todas as áreas de atuação, uma das estratégias importantes é a geração de autonomia para o autocuidado. Assim, a Educação Alimentar e Nutricional (EAN) tem papel de destaque nesse processo de conscientização da importância de uma alimentação saudável na promoção da saúde e prevenção de doenças por meio da criação de hábitos e estilos de vida mais saudáveis (GALISA et al., 2015). Diante desse exposto, o objetivo do presente trabalho foi relatar as atividades práticas vivenciadas durante o estágio supervisionado em Saúde coletiva do curso Técnico em Nutrição e Dietética.

MATERIAL E MÉTODOS

O trabalho foi realizado como requisito ao estágio supervisionado do curso Técnico em Nutrição e Dietética no período de 27/11/2017 a 25/01/2018, com a supervisão da nutricionista responsável pelo Núcleo de Apoio a Saúde da Família (NASF), localizado na cidade de Borborema – PB.

O NASF é um local que faz parte da atenção básica, mas que nem sempre se constitui como um serviço com espaço físico independente. Isso quer dizer que os profissionais muitas vezes utilizam-se do espaço das Unidades Básicas de Saúde e do território ligado para o desenvolvimento do seu trabalho. (BRASIL, 2014). Ele é uma estratégia inovadora que tem por objetivo apoiar, ampliar, aperfeiçoar a atenção e a gestão da saúde na Atenção Básica (AB) e na Saúde da Família (BRASIL, 2009).

No NASF de Borborema os atendimentos à população eram desenvolvidos de acordo com a necessidade de cada indivíduo, por uma equipe multidisciplinar, formada de nutricionista, psicólogo, fisioterapeuta e fonoaudiólogo. Em ênfase ao atendimento da nutrição, esse acontecia durante dois dias na semana, onde a nutricionista realizava a anamnese alimentar do paciente e conforme a patologia investigada planejava uma dieta específica. Além dos atendimentos, também fazia parte da rotina a realização de visitas em domicílio aos pacientes com dificuldade de deambular e atuação no projeto de Saúde na escola, com desenvolvimento de diversas atividades de avaliação e educação nutricional.

RELATO DE EXPERIÊNCIA

Durante o período vivenciado, foram desenvolvidas atividades de acompanhamentos de consultas individuais com aferição de medidas antropométricas (peso e altura) para cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC) e orientações nutricionais.

Junto com a nutricionista foi promovida palestra para os idosos, onde foi abordada a importância da alimentação saudável para diferentes fases da vida, visando melhoria da saúde de forma produtiva e ativa (ALVES, 2010). O momento foi muito interessante, uma vez que houve a interação e participação dos idosos com valiosas trocas de conhecimento empírico, baseado em suas vivências.

Nas creches e escolas do ensino fundamental I da cidade, foram desenvolvidas palestras sobre “Alimentação saudável”, onde foi abordada a importância dos alimentos que consumimos e as quantidades recomendadas para cada grupo alimentar com enfoque na pirâmide alimentar de acordo com a faixa etária dos alunos (04 a 08 anos).

No mesmo momento também foi realizado um teatro de fantoche, onde os personagens contavam a história de Lara: uma menina que não gostava de comer frutas. Na narrativa todos os dias a mãe insistia para que a menina comesse tal alimento, mas ela sempre recusava, deixando sua mãe triste, pois a mesma sabia da importância do consumo de frutas para a saúde e desenvolvimento da filha. Certo dia, a mãe de Lara conversando com a vizinha e falando sobre a rejeição de sua filha pelas frutas, descobriu um novo jeito de fazer a pequena Lara gostar das frutas. E foi através de uma salada com mamão, laranja, banana e abacaxi e mel para adoçar, que a mãe de Lara conseguiu que a filha se deliciasse com a sobremesa de frutas e não só uma mais várias de uma só vez, recebendo ainda a afirmativa da filha, que daquela forma, ela sempre comeria. Ao final da atividade, as crianças foram convidadas a escolher, uma dentre as suas frutas favoritas para serem pintadas em seus rostos.

Também foi elaborado um panfleto de alimentação saudável bastante ilustrativo, destinado às crianças e seus pais, uma vez que pela idade, algumas poderiam não conseguir fazer a leitura completa e/ou compreender de forma clara a informação. O conteúdo do panfleto incluía a definição de uma alimentação saudável, a imagem da pirâmide alimentar e algumas dicas de hábitos alimentares saudáveis. Essas estratégias são essenciais, pois na idade escolar o comportamento alimentar começa a ser consolidado sob a influência de outras crianças e do ambiente escolar, sendo então fundamental o estímulo ao consumo de alimentos saudáveis (SILVA; PASSOS, 2018).

Ainda foi produzida uma pirâmide alimentar utilizando isopor e matéria emborrachados com representações de alimentos para ser utilizada como material educativo nas orientações aos pacientes que buscavam atendimento na unidade do NASF. Ressalta-se a importância de trabalhar com a pirâmide alimentar, pois essa auxilia as pessoas a planejarem suas refeições diárias de maneira adequada e variada, visando promover saúde e hábitos alimentares saudáveis (PHILIPPI, 2008).

CONCLUSÕES

A realização do estágio na área de Saúde coletiva foi de grande valia, pois se pôde vivenciar a rotina do Técnico em Nutrição e Dietética, bem como colocar em prática muitas das teorias e estratégias explicadas em sala, capacitando de forma efetiva o discente para o mercado de trabalho.

AGRADECIMENTOS

A secretaria da saúde do Município de Borborema-PB, a nutricionista responsável pela unidade, assim como toda equipe do NASF.

REFERÊNCIAS

ALVES, A. L. H. Nutrição nos Ciclos da Vida. Brasília: AVM Instituto, 2010.

BRASIL, Resolução CFN n° 312/2003, 28 de julho de 2003. Trata do registro e fiscalização profissional de Técnicos e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 2003.

BRASIL, Resolução CFN Nº 605/ 2018, 22 de abril de 2018. Dispõe sobre as áreas de atuação profissional e as atribuições do Técnico em Nutrição e Dietética (TND), e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 2018.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde na escola / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – Brasília: Ministério da Saúde, 2009. 160 p.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Núcleo de Apoio à Saúde da Família / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – Brasília: Ministério da Saúde, 2014. 116 p.

GALISA, M.; NUNES, A. P.; GARCIA, L.; SHEMIN, S. Educação alimentar e nutricional: da teoria à prática. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan, 2014.

MAHAN, L. K.; ESCOTT-STUMP, S; RAYMOND, J.L. Krause: Alimentos, Nutrição e Dietoterapia. 13ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.

PHILIPPI, S. T. Pirâmide dos alimentos. Fundamentos básicos da nutrição. Barueri: Manole, 2008.

PIMENTA S.G. O estágio na formação de professores: unidade teoria e prática? 7 ed. São Paulo: Cortez, 2006.

SILVA, R. S. C.; PASSOS, T. U. Adequação dos cardápios da alimentação escolar de creches segundo a pirâmide alimentar infantil. Journal of Health e Biological Sciences, v. 6, n. 3, p. 273-278, 2018.

Leave A Reply

//
//
Jaelyson Max
Atendimento Agron

Me envie sua dúvida ou problema, estou aqui para te ajudar!

Atendimento 100% humanizado!