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JOGOS LÚDICOS COMO FERRAMENTAS DE EDUCAÇÃO ALIMENTAR E NUTRICIONAL

Maciel Pereira de Oliveira1; João Pedro Cesário Félix2; Alef Ribeiro dos Santos3; Fernando Luiz Nunes de Oliveira4; Geíza Alves Azeredo5

1Técnico em Nutrição e Dietética do Colégio Agrícola Vidal de Negreiros–CAVN; E-mail: [email protected], 2Estudante do Curso de Bacharelado em Agroindústria-CCHSA–UFPB; E-mail: [email protected], 3Estudante do Curso de Bacharelado em Agroindústria-CCHSA–UFPB; E-mail: [email protected],4Docente/pesquisador do Depto de Agricultura – CCHSA – UFPB. E-mail: [email protected], 5Docente/pesquisadora do Depto de Gestão e Tecnologia Agroindustrial – CCHSA – UFPB. E-mail: [email protected]

Resumo: A transmissão de conhecimentos sobre alimentação e nutrição pode ser feita com ações de educação alimentar e nutricional, que visam informar aos indivíduos sobre os alimentos saudáveis e não saudáveis, além de ampliar o conhecimento individual para, assim, possibilitar melhorias na qualidade de vida. Pensando em desenvolver nas escolas essas ações com crianças, buscou-se elaborar, durante o estágio remoto de nutrição em saúde coletiva. jogos educativos e lúdicos, para facilitar a transmissão de conhecimentos pelos professores, além de tornar mais atrativa a participação dos estudantes. A orientação do estágio ocorreu de forma remota, por meio de encontros síncronos, momentos em que se discutia os objetivos do jogo, a quem se destinava, os materiais que seriam necessários, a forma de jogar e o método de avaliação dos resultados. Foram elaborados 5 jogos, intitulados de ‘memorizando frutas’, ‘construindo a pirâmide alimentar’, ‘semáforo da alimentação’, ‘pesca nutritiva’ e o ‘Qual é a fruta?’. Mesmo diante das adversidades impostas pelo distanciamento social, foi possível desenvolver a atribuição que cabe ao profissional técnico em nutrição e dietética, de participar na elaboração de material educativo para orientação da comunidade escolar.

Palavras–chave: nutrição; jogos educativos; escola

INTRODUÇÃO

Considerando o processo de transição alimentar que vem acontecendo no Brasil, com o aumento da obesidade em todas as faixas etárias e classes sociais, atribuído às mudanças que ocorreram nos padrões alimentares, percebe-se a necessidade de desenvolver ações no sentido de melhorar a forma como as crianças estão se alimentando (PIETRUSZYNSKI et al., 2010).

Transmitir conhecimento sobre alimentação e nutrição pode ser feito com ações de educação alimentar e nutricional, que visam informar aos indivíduos sobre os alimentos saudáveis e não saudáveis e ampliar o conhecimento individual para, assim, possibilitar melhorias em sua qualidade de vida (SILVA et al., 2013).

Parte dessas ações podem e devem ser realizadas na escola, onde professores e alunos podem estabelecer diálogos sobre práticas alimentares. Dada a importância desta discussão, foi instituído pela Lei Nº 13.666, de 16 de maio de 2018, o conteúdo de educação alimentar e nutricional nos currículos escolares (BRASIL, 2018).

Buscando colaborar com esse propósito e tornar a ação mais atrativa, buscou-se elaborar jogos educativos e lúdicos como ferramentas de educação alimentar e nutricional, voltados para crianças de 6 a 12 anos.

MATERIAL E MÉTODOS

Considerando o período de pandemia provocado pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2), o estágio curricular de Nutrição em Saúde Coletiva não pode ser realizado de forma presencial. Também não foi possível ter a orientação de uma supervisora que atuasse em alguma Unidade Básica de Saúde, pelo fato da extinção, mediante Nota Técnica nº 3/2020, dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF), local de trabalho de alguns nutricionistas da atenção básica.

Desse modo, a orientação do estágio se deu por meio da orientadora e docente do Curso Técnico em Nutrição e Dietética, do Colégio Agrícola Vidal de Negreiros (CAVN – UFPB), que sugeriu o desenvolvimento de jogos educativos e lúdicos, no tema de alimentação e nutrição, voltados para crianças de 6 a 12 anos.

A orientação ocorreu de forma remota, por meio de encontros síncronos, momentos em que se discutia os objetivos do jogo, a quem se destinava, os materiais que seriam necessários, a forma de jogar e o método de avaliação dos resultados.

RELATO DE EXPERIÊNCIA

Dentre os diversos jogos elaborados, como o ‘memorizando frutas’, ‘construindo a pirâmide alimentar’ e o ‘semáforo da alimentação’, será aqui descrito como se deu a elaboração de dois jogos educativos: a ‘pesca nutritiva’ e o ‘Qual é a fruta?’.

Pesca nutritiva

Público alvo: Crianças de 6 a 12 anos.

Objetivo da atividade: promover uma discussão sobre os benefícios e malefícios de alguns alimentos e produtos alimentícios.

Materiais e ferramentas necessários: Caixas de papelão, varas de bambu, linha de nylon, TNT, grampos, dois imãs, isopor, cola para isopor, estilete, tesoura, cola quente, pó de madeira e imagens de alimentos in natura e industrializados.

Montagem da atividade: uma caixa de papelão grande de TV foi recortada e revestida com TNT, na qual foi colocado pó de serra para disposição das figuras de alimentos saudáveis e não saudáveis a serem pescadas. Essas figuras foram coladas em pedaços de isopor e na parte superior de cada isopor foram colocados dois clips, para facilitar a pescaria. Outras duas caixas foram revestidas com TNT, sendo uma vermelha e outra verde, enfeitadas com carinhas que expressavam as feições das crianças (na verde, criança saudável e feliz e na vermelha criança doente e triste) (Figura 1). As varas de pesca, foram construídas de bambu, linhas de nylon e o anzol era um ímã, de forma a não causar acidentes às crianças.

Forma de jogar: A turma é convidada a formar duas filas, de forma que fiquem em frente à caixa da pescaria. É entregue uma vara de pesca a cada criança e a elas informado que podem pescar qualquer figura. Para dinamizar o jogo, sugere-se estipular o tempo de 1 minuto para a pescaria. Ao pescar a figura, a criança deve retirar a figura do anzol e colocar dentro da caixa vermelha ou verde, conforme o que ela acha que o consumo daquele alimento vá causar: se alegria ou tristeza. O mediador não deverá interferir na escolha das crianças. E assim, o jogo vai continuando com os próximos de cada fila.

Avaliação: Após a participação de todas as crianças, o mediador da atividade deverá pegar as duas caixas (vermelha e verde), sentar-se no chão e pedir que as crianças também sentem, em formato de círculo, para iniciar o processo de discussão. O mediador deverá retirar da caixa uma figura por vez e perguntar aos alunos se eles concordam que alimento deixa a criança feliz (se retirada a figura da caixa verde) ou se doente ou triste (se retirada da caixa vermelha).

Figura 1. Jogo da pesca nutritiva elaborado para crianças de 6 a 12 anos.

Qual é a fruta?

Público alvo: Crianças de 6 a 12 anos.

Objetivo da atividade: Promover o conhecimento sobre frutas e o desenvolvimento do tato.

Materiais e ferramentas necessários: Uma caixa de papelão, TNT, EVA, cola quente, tesoura e imagens de frutas.

Montagem da atividade: Foi feita em uma caixa de papelão dois buracos em lados opostos, onde as crianças deverão introduzir suas mãos. A caixa foi revestida com TNT verde por dentro e por fora e suas aberturas laterais foram cobertas, parcialmente. Em seguida, foram cortados retângulos de papelão, revestidos com EVA preto e sobre ele figura de uma fruta, totalizando 10 cartões diferentes (Figura 2). Dentro da caixa serão colocadas as 10 frutas que aparecem nos cartões, em duplicata. Serão elas: morango, manga, goiaba, pera, abacate, graviola, caju, limão, laranja, banana, maçã e mamão.

Figura 2. Jogo ‘Qual é a fruta’ elaborado para crianças de 6 a 12 anos.

Forma de jogar: Nessa atividade poderão participar duas crianças por vez. Inicia-se o jogo pedindo que cada criança se posicione em frente de uma das aberturas da caixa. Em seguida, pede-se que cada criança pegue um cartão (que estará com a figura voltada para baixo), olhe a figura que nele consta e introduza as suas mãos na caixa, a fim de procurar, apenas com o tato, a fruta in natura que representa aquela figura.

Avaliação: À medida que a criança vai encontrando a fruta que aparece no cartão escolhido, o mediador vai parabenizando e estimulando os demais para fazerem com calma e concentração. Se ocorrer o caso de alguma criança pegar uma fruta que não corresponda à figura, o mediador deverá levantar questionamentos se a criança já viu aquela fruta, se já consumiu e, em caso negativo ou positivo, oferecerá outra fruta igual para o consumo, previamente higienizada e reservada apenas para este fim.

CONCLUSÕES

Mesmo diante das adversidades impostas pelo distanciamento social, foi possível desenvolver uma atividade que faz parte das atribuições do profissional técnico em nutrição e dietética, que é a de participar na elaboração de material técnico e educativo para orientação da comunidade escolar.

Espera-se que ferramentas como estas possam ser utilizadas em ações de educação alimentar e nutricional, a fim de despertar nas crianças, por meio de jogos lúdicos, a imaginação, o desenvolvimento dos sentidos, a capacidade cognitiva e a interação, tão importantes para o seu desenvolvimento.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Lei 13.666, 16 de maio de 2018. Altera a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de

1996 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional), para incluir o tema transversal da educação alimentar e nutricional no currículo escolar. Brasília: Ministério da Educação, 2018.

PIETRUSZYNSKI, E. B. et al. Práticas pedagógicas envolvendo a alimentação no ambiente escolar: apresentação de uma proposta. Revista Teoria e Prática da Educação, v. 13, n. 2, p. 223-229, maio/ago. 2010.

SILVA. M. X. et al. Projeto piloto: considerações de alunos do ensino fundamental sobre método de educação alimentar. Em Extensão, v. 12, n. 2, p. 51-64, jul./dez. 2013.

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