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PERCEPÇÕES DOS CONSUMIDORES SOBRE O USO DE SUBPRODUTOS DE FRUTAS E HORTALIÇAS NA ELABORAÇÃO DE NOVOS PRODUTOS ALIMENTÍCIOS

Capítulo de livro publicado no livro Ciência e tecnologia de alimentos: Pesquisas e avançosPara acessa-lo  clique aqui.

DOI: https://doi.org/10.53934/9786585062060-11

Este trabalho foi escrito por:

Isabel Pereira de CARVALHO *; Gilsandro Alves da COSTA  ;Mateus Sabino de Souza FERREIRA

*Isabel Pereira de Carvalho – [email protected]

Resumo: O Brasil é um dos maiores produtores de frutas e hortaliças, ocupando a 4ª posição dos produtores mundiais, contudo, um terço desta produção é desperdiçada, sendo que ocupada a 10ª posição mundial nesse quesito. Pensando no melhor aproveitamento dessas matérias-primas, redução dos desperdícios de alimentos, aliado ao aproveitamento integral de alimentos e a consumo consciente, é que sugerimos a utilização de subprodutos derivados da indústria de processamento de fruta e hortaliças na elaboração de novos produtos alimentícios, como sendo fontes alternativas aos produtos convencionais. O trabalho se propõe a exposição de formulações alimentícias, com receitas simples e fáceis de serem elaboradas, resultados de subprodutos vegetais. As receitas foram divulgadas em perfis das redes sociais durante 7 meses. Os efeitos e as observações com as percepções dos seguidores do projeto foram realizados através da coleta de dados feita através de questionários aplicados com links do Google Forms nas redes sociais. Boa parte do publico participante eram jovens adultos, possuindo graduação incompleta e algum vínculo com a UFPB. 78% dos participantes já ouviram falar sobre tecnologia de frutas e hortaliças, 38% não consideram o assunto importante em sua cozinha, 95,4% dos participantes associam o consumo de produtos elaborados com resíduos como sendo algo saudável que pode trazer benefícios à saúde. Ficou claro que boa parte dos participantes consideram que esses produtos devem ser apresentados aos consumidores ainda na infância e que esses produtos deveriam ser comercializados em grades redes para uma maior aceitação.

Palavras chaves: alimentos; aproveitamento; redes sociais; resíduos; vegetais.

INTRODUÇÃO

O Brasil é um dos maiores produtores de frutas e hortaliças ocupando a 4ª posição entre os produtores mundiais. O desperdício de alimentos tem inicia-se desde a plantação até o chegar à mesa do consumidor, esse desperdício chega a 35% da produção anual, colocando o Brasil entre os 10 países que mais desperdiça alimentos no mundo (1). No entanto, os desperdícios durante toda cadeia alimentar têm as seguintes origens: 10% no campo; 50% no manuseio do transporte; 30% nos centros de abastecimentos; 10% nos supermercados e consumidores. Estas perdas não só geram um prejuízo econômico como também aglomerados de resíduos que impactam na segurança alimentar e nutricional da população. No entanto, a falta de conhecimento sobre o reaproveitamento de alimentos pode ser um dos fatores que levam a insegurança alimentar. Para Galindo (2), desde 2017 a um aumento significativo de insegurança alimentar no Brasil, que em 2020 alastrou-se devido a pandemia, gerando mais desigualdades alimentares em 50% dos brasileiros.

Para divulgar esses novos produtos, algumas pessoas utilizam as redes sociais como comunicador abrangendo um público maior. Hoje em dia as redes sociais vêm sendo um grande fator de impacto na alimentação da população. As palavras como “estilo de vida saudável” e “alimentação saudável” são uma das mais procuradas em pesquisas, não obstante do fato de que tem crescido o número de consumidores veganos. Utilizando-se de um marketing estratégico onde seu público-alvo são jovens adultos que desejam mudar a sua relação com a comida, alguns influenciadores digitais buscam atingir por meio de publicações, e stories divulgando o seu dia a dia (3).

Diante disso, esse trabalho tem como objetivo identificar a percepção dos consumidores referente ao tema e a divulgação de formulações alimentícias elaboradas com subprodutos vegetais nas redes sociais.

DESENVOLVIMENTO

O trabalho realizado pelos extensionistas da UFPB, foi desenvolvido e implementado pelos alunos do curso de Engenharia de Alimentos do Centro Tecnológico (CT), da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), localizado no Campus I na cidade de João Pessoa-PB. As redes sociais utilizadas foram o Instagram e o Facebook. A atualização do perfil do projeto nas redes sociais foi feita semanalmente, por meio de post para o “feed” e para os “stories”. Para criação do conteúdo foram utilizados programas Photoshop e site Canva.

A criação de conteúdos para as postagens foi elaborada com base em artigos científicos, livros e livretos da área de reaproveitamento de frutas e hortaliças. Nos posts se encontravam os ingredientes referentes a receita, o modo de preparo e curiosidades referente a matéria prima utilizada na receita, como por exemplo, a descrição dos benefícios à saúde de algumas vitaminas, minerais e outros nutrientes.

A pesquisa teve como finalidade ser explicativa, devido ao fato de que queríamos explicar a influência das crenças, conhecimentos e da ciência na utilização de subprodutos para a alimentação humana. O método utilizado na pesquisa foi o quantitativo analítico, devido ao fato de que os dados coletados no questionário  aplicado contribuíram na formulação de hipóteses sobre o tema da pesquisa.

Após o tempo de exposição das postagens nos perfis das redes sociais (7 meses), foi elaborado e aplicado um questionário que serviu como coletada de dados para a avaliação do trabalho com a discussão das hipóteses que foram levantadas através dos quesitos no questionário aplicado. O questionário foi elaborado e postado no Google Forms, foram disponibilizados no Instagram, grupos de Whatsapp e pelo Facebook para os seguidores das redes sociais e também para a comunidade acadêmica da universidade de uma forma em geral. O questionário aplicado continha as seguintes perguntas conforme exposto no Quadro 1 abaixo.

 Quadro 1 – Questionário aplicado nas redes sociais:

Questionário 1
QuestõesPerguntas
1Qual a sua faixa etária?
2Qual a cidade de residência
3Assinale a alternativa que se adequa ao seu grau de escolaridade
4Você é aluno ou tem conhecidos matriculados em um dos cursos de graduação da UFPB?
5Você conhece ou já ouviu falar em Tecnologia ou Processamento de Frutas e Hortaliças?
6Para você, quão importante é o aproveitamento dos resíduos de frutas e hortaliças nos dias atuais?
7Você concorda que o aproveitado integral de frutas e hortaliças, reduz a produção de lixo, promove o uso do alimento por um maior tempo e promove a segurança alimentar?
8O uso consciente de cascas, talos e sementes de frutas e hortaliças, para a elaboração de novos produtos, pode garantir uma contribuição redobrada de componentes nutricionais essenciais para a saúde.
Sobre essa afirmação, qual a sua opinião?
9O desenvolvimento de receitas utilizando subprodutos de frutas e hortaliças podem estar associados a questões econômicas.
Sobre essa afirmação, qual a sua opinião?
10Que nível de importância os resíduos de frutas ou hortaliças recebem em sua cozinha?
11Você associa o uso dos resíduos de frutas e hortaliças como sendo destinado a alimentação animal?
12Você associaria o uso de resíduos de frutas e hortaliças para a alimentação humana com a ingestão de agrotóxicos (agroquímicos)?
13Das receitas que foram publicadas no perfil do Instagram reaproveitamento de frutas 2022, você se interessou a elaborar alguma delas?
14Você associaria o consumo constante de resíduos de frutas e hortaliças como sendo algo saudável a ser praticado e que possa trazer benefícios a saúde?
15Em sua opinião, o que mais reflete a realidade do tema na informação abaixo é. A influência do maior/menor consumo de resíduos de frutas e hortaliças se dá devido a questões como:
16O que significa o consumo integral dos alimentos, no caso das frutas e hortaliças?
17Você tem conhecimento sobre o fato de consumir ou não, algum produto industrializado que tenha sido resultado do aproveitamento de resíduos de frutas e hortaliças?
18Em relação ao consumo consciente. Qual das alternativas abaixo descreve melhor esse conceito.
19Em sua opinião, por que os alimentos derivados de resíduos de frutas e hortaliças não são largamente consumidos? Embora sejam conhecidos por possuírem maior quantidade de fibras, vitaminas e minerais.
20Caso esses produtos fossem comercializados em supermercados, feiras e restaurantes, você estaria disposto a experimentar ou até mesmo adquirir para consumo?
21Na sua opinião, os produtos derivados de resíduos de frutas e hortaliças devem ser inseridos em nossa alimentação ainda na infância para que possuam uma maior aceitabilidade?

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Em relação ao perfil dos entrevistados tivemos que a maioria do público participante era composta por jovens, representando 59,4% do total, com idades entre 15 a 25 anos e 26,9% do total de entrevistados eram adultos com idades entre 25 a 35 anos. A grande maioria do público participante da pesquisa tem residência em João Pessoa – PB, cerca de 58%.

No quesito escolaridade, o público participante possui graduação incompleta, sendo eles 47,7% do total. No entanto, 94,5% dos participantes conheciam algum aluno da UFPB, estabelecendo um vínculo com a comunidade. Esses dados nos permitiram pensar que em sua maioria o nosso publico participante são estudantes de graduação na UFPB, e sendo assim, supõe-se um nível de conhecimento como sendo básico sobre o assunto, ou ao menos, possuir condições para exercer crítica e assumir posturas diferenciadas em relação ao assunto. Esse conhecimento crítico permite que os jovens adultos tenham uma preocupação tanto no consumo, como na sustentabilidade do planeta (4).

Em relação ao conhecimento sobre o assunto de Tecnologia ou Processamento de Frutas e Hortaliças 78,1% do público participante já tinha ouvido falar. No caso da importância do aproveitamento de frutas e hortaliças 75,5% consideraram muito importantes. O processamento de frutas e hortaliças é qualquer processo que tenha intuito de conservar o alimento vegetal aumentando a vida útil dele tornando prontos para o consumo ou preparo. O conhecimento sobre assunto auxilia na conservação dos alimentos, na qualidade do produto perante o consumo e agregação do produto (5).

Quando sendo questionados sobre o aproveitado integral de frutas e hortaliças, cerca de 86,8% dos participantes disseram concordar com a afirmação de que: o aproveitamento integral de frutas e hortaliças reduz a produção de lixo, promove o uso do alimento por um maior tempo e promove a segurança alimentar. Para a pergunta do que significa consumo integral dos alimentos (sendo eles frutas e hortaliças), 45% consideraram que “O aproveitamento integral dos alimentos, é aquele onde se é utilizado a polpa casca e sementes do alimento”. A segurança alimentar é o acesso aos alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem comprometer outras necessidades essenciais e no Brasil apenas 50% da população brasileira está dentro dessas condições (6). Claramente podemos entender que, se o conceito de consumo integral ganha uma popularidade de forma educativa, poderíamos ter um número mais significativo em relação a segurança alimentar em nosso País, tendo em vista, o grande número de desperdício de alimentos em nossa nação. A insegurança alimentar no Brasil poderia ser reduzida se a população aproveitasse integralmente os alimentos, isto é, se utilizassem no caso das frutas e hortaliças também as cascas, sementes e talos, com sendo fontes de alimentação através da geração de novos produtos (7). Este assunto vem sendo um fator preocupante nos últimos tempos, a grande maioria da população brasileira mostra-se preocupada com esse tema. Estudos comprovam que as folhas, talos, cascas e sementes podem conter boa quantidade de fibras, vitaminas e minerais (8).

O processamento dos resíduos de frutas e hortaliças tem o propósito de aumentar a vida útil do produto por uma série de procedimentos tornando-o próprio para consumo por um maio tempo. No Brasil em 2022, foi gerado 27 milhões de toneladas de resíduo de frutas e hortaliças sendo que nem um terço desses foram destinados a serem reciclados ou até reaproveitados de outra forma. O acúmulo desses resíduos gera doenças para população como no caso da dengue (9).

Para afirmação feita no questionário “o uso consciente de cascas, talos e sementes de frutas e hortaliças, para a elaboração de novos produtos, pode garantir uma contribuição redobrada de componentes nutricionais essenciais para a saúde”, tivemos que 90,5% do público participante concordou totalmente com a afirmação. No entanto, pode-se perceber que na prática um pouco mais da metade dos participantes exercem de fato o aproveitamento de resíduos como alimentos. A essa discrepância podemos associar o fato de que o discurso é meramente teórico e não condiz com a prática. Podemos levantar a possibilidade de pensarmos sobre preconceitos no uso dos resíduos de alimentos para destinação a alimentação humana, como estando sobreposto ao conhecimento de que esses produtos são ricos em nutrientes. É como se a tradição, a crença ou o conceito concebido sobre o assunto, impedisse a absorção do entendimento para as novas tecnologias (10).

A discussão acima fica validada pelo fato de que, 68,2% dos participantes concordam totalmente com o fato de que “o desenvolvimento de receitas utilizando subprodutos de frutas e hortaliças podem estar associadas a questões econômicas”, ou seja, o fato de elaborar receitas de resíduos de frutas e hortaliças está ligado a escassez de recurso para a compra de alimentos, em outas palavras, só a classe C faz isso (11). E quando questionados sobre o interesse por alguma receita publicada em nossas redes sociais, apenas 49% dos participantes disseram ter interesse em elaborar as receitas. Em cima da afirmação podemos entender a não realização da elaboração das receitas pode ter origem em prejulgamentos sobre a questão nutritiva, microbiológica e sensorial do produto.

Para o publico participante 37,9% dão pouca importância aos resíduos de frutas e hortaliças em suas cozinhas. Quando consideramos o nível de escolaridade do publico respondente, esse número pode ser considerado baixo, tendo em vista de que, é na universidade onde são construídos ou burilados os sensos críticos de acordo com novos conceitos trazidos pela ciência. O aumento do lixo está ligado a essa falta de interesse dos consumidores em adotar medidas ou práticas de redução de consumo. Desconhecimento sobre conceitos como o consumo consciente, a pouca familiaridade com questões ambientais também podem ser interpretadas nesse percentual de respostas nesse quesito (12). Pintado e Teixeira (13), relatam que os subprodutos vêm ganhando espaço no mercado, tanto por um fator econômico para a indústria, como também por ser um nicho de um novo mercado instalando-se no contexto da vida contemporânea, e não deixando de ressaltar o grande boom com os setores de P&D dentro das indústrias de alimentos vem sofrendo nos últimos anos.

Ao perguntar se consideravam os resíduos de frutas e hortaliças como destinado a alimentação animal, 59,9% consideram que sim. Este fato ocorre com frequência ainda nas cidades e populações rurais, pois nas pequenas e grandes criações de animais, como a suinocultura, grande maioria dos resíduos de alimentos é destinada como ração para esses animais (14). A falta de informação acompanhada de uma divulgação deficiente, podem ser fatores que se somam contribuindo para que haja um aumento no desperdício de subprodutos de alimentos. As crendices populares também são grandes influenciadoras de tal prática, tendo em vista que, para muitos, as cascas não devem ser consumidas, pois podem ocasionar problemas a saúde, devendo ser descartadas ou destinadas ao uso na alimentação animal (15).

Quando perguntado sobre a associação do uso de resíduos na alimentação humana com a ingestão de agrotóxico, 53,7% consideram que não. A ingestão destes agrotóxicos ocasiona em graves problemas de saúdes caso esse consumo seja em excesso e frequente. No entanto, para algumas pessoas os resíduos de agrotóxicos permanecem na casca dos alimentos não importando o tratamento que recebam (16). Entendemos que alguns fatores devem ser levados em consideração pelos consumidores no momento de decidirem pelo uso ou não integral dos produtos vegetais na alimentação. As cascas de frutas e hortaliças muitas vezes estão associadas a estarem contaminadas com agrotóxicos, tendo em vista que, o uso de agrotóxicos nas plantações em frutas e hortaliças é um fator comum e preocupante para população brasileira. Segundo o MAPA (17), um terço dos alimentos consumidos pelos brasileiros, estão contaminados com algum tipo de pesticidas e esse tipo de informação tem bastante relevância entre os consumidores e isso independe do nível de conhecimento, escolaridade entre outros.

Perguntamos também se associariam o consumo constante de resíduos de frutas e hortaliças como sendo algo saudável a ser praticado e que possam trazer benefícios a saúde, então tivemos que, 95,3% dos participantes responderam que sim. No entanto, podemos perceber aqui que em níveis de conhecimento os participantes se mostram familiares do assunto. Assim, ao serem questionados sobre o maior ou menor consumo de resíduos de frutas e hortaliças por falta de informação vimos que, 76,3% dos participantes consideram essa como sendo a principal causa na baixa pelo consumo desses produtos.

Ao questionar se o publico participante tinha conhecimento sobre o fato de consumir algum produto industrializado de resíduos de frutas e hortaliças, tivemos que, 56,9% do total de participantes respondeu que não. Ao serem questionados sobre o não consumo de alimentos derivados de resíduos, 41,3% dos participantes responderam que não possuíam conhecimento sobre o produto. Questionamos sobre se consumiriam caso este produto fosse comercializado em supermercados, feiras e restaurantes, e tivemos que, 76,1% do total de participantes consideravam que consumiriam. Aqui podemos entender que a maior divulgação, e tecnologias implantadas pelas indústrias para confecção desses tipos de produtos poderiam em elevar a aceitação e consequente consumo desses produtos. Vimos que não apenas pode ser traduzido pela responsabilidade do consumidor em aproveitar resíduos, mas que os centros de pesquisas com alimentos, e as indústrias têm importante papel a realizar com a sociedade nesse sentido. Ainda pode ser destacado como tendo influência para consumidor o fato de não existirem uma variedade de produtos desenvolvidos de resíduos de alimentos que sejam comercializados tal como os demais alimentos convencionais. A falta de informação gerada pela pouca divulgação, leva consumidores a ignorância e desconhecimento do fato de que, na realidade os subprodutos vegetais podem conter variação de quantidade e qualidade de nutrientes como, proteínas, lipídeos, minerais, vitaminas, carotenoides, entre outros

Quando questionamos se esses produtos derivados de resíduos de frutas e hortaliças devem ser inseridos ainda na infância em nossa alimentação para que possuam maior aceitabilidade, tivemos que, 87,1% dos participantes consideraram que sim. É fundamental que alimentos de origens saudáveis sejam ofertados ainda na infância principalmente aqueles que sejam ricos em vitaminas, minerais e fibras, para que auxiliam a redução do risco do aparecimento de doenças crônicas não transmissíveis (18). Alguns resíduos de frutas são extremamente ricos, como no caso das cascas de jabuticaba. As cascas de jabuticaba apresentam altas concentrações de compostos fenólicos e possuem atividade antimicrobiana (19). Outros resíduos de fruto rico em nutriente, é a semente de maracujá, sendo ela antiaterogênico e hipocolesterolêmico (20).

CONCLUSÃO

Entendemos que os consumidores têm percepções ainda equivocadas sobre o tema abordado na pesquisa, e que os grandes detentores para alavancar o conhecimento e consumo desses produtos seriam as grandes indústrias de alimentos (produção e investimento), juntamente com as grandes redes de comercialização e distribuição (disponibilização).

Entende-se ainda que produtos elaborados com resíduos devem ser apresentados na alimentação as pessoas quando são ainda crianças. A isso entende-se que a aceitação desses produtos seria maior se a educação fosse trabalhada desde a primeira infância.

REFERÊNCIAS

  1. Food and Agriculture Organization of the United Nations. Food wastage footprint & climate change. Acesso dia 26 fevereiro de 2023. Disponível em:< http://www.fao.org/3/a-bb144e.pdf> .
  2. Galindo E, Teixeira MA, De Araújo M, Motta RP, Mendes ML, Renno L et al. Efeitos da pandemia na alimentação e na situação da segurança alimentar no Brasil. 2021; 2.
  3. Pilař L, Pilařová L, Chalupová M, Kvasničková Stanislavská L, Pitrová J et al. Blogueiros de comida na rede social do Twitter: Comida saborosa, saudável, caseira vegana. Alimentos . 2022; 11(18):2798.
  4. Freitas MFQ, Souza J. Pensar a formação e a pesquisa na pós-graduação stricto sensu. Educar em Revista.[ Internet]. 2018. Sep 34. 09-18. Disponível em: https://www.scielo.br/j/er/a/RdZtcxFbV9kzZ7D7GvDzrCN/?lang=pt#
  5. Alvarenga PDL, Cavatti LS, Valiati BS, Machado BG, Capucho LC, Domingos MM, Silva MN, Vieira MS, De São José JFB. Aplicação do ultrassom no processamento de frutas e hortaliças. Brazilian Journal of Food Technology.[Internet]. 2021; 24. Disponível em: https://www.scielo.br/j/bjft/a/mWbwW66WBWxFhbLFJdnCHtv/abstract/?lang=en#.
  6. De Souza BFNJ, Bernardes MS, Vieira VCR, Francisco PMSB, Marín-León L, Camargo DFM, Segall-Corrêa AM et al. (In) segurança alimentar no Brasil no pré e pós pandemia da COVID-19: reflexões e perspectivas:(In) segurança alimentar no pré e pós pandemia. InterAmerican Journal of Medicine and Health.[Internet]. 7 de fevereiro 2021;4. Disponível em: https://iajmh.emnuvens.com.br/iajmh/article/view/160.
  7. Ministério da Saúde (BR). Guia Alimentar para a população brasileira, 2014. 15-44. Disponível em: https://www.google.com/search?q=guia+alimentar+2014&oq=guia+alimentar+2014&aqs=chrome..69i57j0i512l2j0i22i30l2.16435j0j7&sourceid=chrome&ie=UTF-8.
  8. Aiolfi AH, Basso C. Preparações elaboradas com aproveitamento integral dos alimentos. Disciplinarum Scientia Saúde. 2013; 109-114.
  9. Sobral MFF, Sobral AIGP. Casos de dengue e coleta de lixo urbano: um estudona Cidade do Recife, Brasil. Ciência & Saúde Coletiva. 2019;24. 1075-1082.
  10. Padilha M do R de F, Shinohara NKS, Oliveira FHPC de, Silva SM da, Matsumoto M. Alimentos elaborados com partes não convencionais: avaliação do conhecimento da comunidade a respeito do assunto. AAPCA [Internet]. 21º de dezembro de 2016 [citado 26º de fevereiro de 2023];11:216-25. Disponível em: https://www.journals.ufrpe.br/index.php/apca/article/view/1122
  11. Costa Filho DV, Silva AJ, Silva PAP, Sousa FC et al. Aproveitamento de resíduos agroindustriais na elaboração de subprodutos. In: II Congresso Internacional das Ciências Agrárias–COINTER–PDVAgro. 2017.
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  13. Pintado ME, Teixeira JA. Valorização de subprodutos da indústria alimentar: obtenção de ingredientes de valor acrescentado.2015
  14. Pedrassolli IMI, Junior ACH, Pandolfi MAC. Aproveitamento dos resíduos de manga das agroindústrias. 2015 SIMTEC [Internet]. 24set.2017 [acessado em 27 fevereiro 2023];3(1):7. Disponível em: https://simtec.fatectq.edu.br/index.php/simtec/article/view/247
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  18. Cristo TW, Lima FL, Silva VC, Candido CJ, Santos EF, Novello D, et al. Aproveitamento da casca de batata doce na produção de panetone: caracterização físico-química e aceitabilidade sensorial entre crianças. Conexão CI. 2018. 13. 21-28.
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  20. Vieira ELS. Determinação do potencial nutricional, antiaterogênico e hipocolesterolêmico do óleo da semente de maracujá via cromatografia gasosa.[ Trabalho de Conclusão de Curso]. Belém. Universidade Federal do Pará. 2019.

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