VIGILANTES SANITÁRIOS: PRÁTICAS EDUCATIVAS SOBRE SEGURANÇA ALIMENTAR EM ESCOLAS PÚBLICAS DO ALTO OESTE POTIGUAR
Thiago Leite de Souza1; Allan Damião dos Santos2; Euzimária Amanso da Silva3; Naara Lara de Oliveira4; Catherine Teixeira de Carvalho5; Isabelle de Lima Brito5; Camila Freitas Bezerra6
1Discente do Curso de Engenharia de Alimentos – CT – UFRN; E-mail: [email protected] , 2Ténico em Alimentos IFRN – CAMPUS Pau dos Ferros, 3Discente do Curso Técnico em Nutrição e Dietética-CAVN-UFPB; E-mail: [email protected] , 4Estudante do Curso de Engenharia de Alimentos-CCTA-UFCG; E-mail: [email protected] , 5Docente do Departamento de Gestão e Tecnologia Agroindustrial – CCHSA – UFPB. E-mail: [email protected]; [email protected].. 3Docente do curso técnico integrado em alimentos IFRN – CAMPUS Pau dos Ferros; e-mail: [email protected]
Resumo: A educação sobre segurança de alimentos é uma das principais medidas a serem adotadas para evitar doenças transmitidas por alimentos. O presente trabalho teve como objetivo realizar palestras sobre segurança de alimentos em escolas públicas do alto oeste potiguar. As cidades contempladas foram Pau dos Ferros, Marcelino Vieira e São Francisco do Oeste, atendendo escolas entre o ensino fundamental e médio. Em cada escola foram ministradas palestras sobre os principais perigos envolvidos na manipulação dos alimentos, assim como também foram repassadas orientações de alimentos saudáveis e do papel do técnico em alimentos. Ao final das palestras foram distribuídos questionários sobre o assunto abordado e panfletos para fixação dos conhecimentos. De uma maneira geral, os alunos avaliados apresentaram um alto índice de acertos dos questionários, tendo um maior índice para as turmas do ensino médio. A Escola Estadual Desembargador Licurgo Nunes da cidade de Marcelino Vieira, apresentou entre 96 e 100% de acertos. Com o projeto foi possível observar a importância de discutir temas relacionados à segurança de alimentos nas escolas e posteriormente na comunidade.
Palavras-chave: Boas Práticas; Doenças Transmitidas por Alimentos; higiene dos alimentos.
INTRODUÇÃO
O termo “segurança de alimentos” é ligado à capacidade de produzir um alimento de maneira correta, ou seja, um alimento que não sofra nenhuma alteração em suas características principais, dentre elas: sensoriais (aparência, odor, textura, sabor, etc), nutricionais e físico-químicas. A garantia da qualidade precisa ser alcançada nas áreas de produção, estendendo-se desde o recebimento da matéria-prima até o consumidor final (LEÃO, 2013).
Em suma, a aprendizagem é lenta, porém é preciso ser contínua. Dessa forma, é importante desde cedo a formação educativa sobre segurança de alimentos, pois estas informações são responsáveis por modificar o comportamento diante a manipulação dos alimentos, contribuindo com a redução de Doenças Transmitidas por Alimentos (DTA’s) (DROUET, 2006), sobretudo quando estas informações são divulgadas em locais com maior fluxo de pessoas (OLIVEIRA, 2016).
Diante disso, o trabalho relatar uma experiência de caso vivenciada no projeto de extensão denominado “Vigilantes Sanitários: práticas educativas de segurança alimentar de escolas públicas no Alto Oeste Potiguar”, o qual levou palestras e atividades pedagógicas para as cidades de Pau dos ferros, Marcelino Vieira e São Francisco do Oeste.
MATERIAL E MÉTODOS
O trabalho foi realizado entre o período de outubro de 2018 a março de 2019, contemplando os discentes das escolas do ensino fundamental e médio das cidades de Pau dos Ferros, Marcelino Vieira e São Francisco do Oeste. Os estudantes eram convidados a participarem da pesquisa através da assinatura do Termo de Consentimento Livre Esclarecido (TCLE) concordando e autorizando a divulgação dos resultados. Os membros do projeto eram discentes concluintes do curso técnico em alimentos do IFRN – Campus Pau dos Ferros, mesmos detinham faixa etária que se variou entre 17 -19 anos, sendo eles os responsáveis pelas atividades pedagógicas como palestras, distribuição de panfletos e cartilhas. Ao final das atividades foram aplicados questionários que abordaram todo o conteúdo acerca de segurança de alimentos. Todas as atividades foram adequadas aos diferentes tipos de públicos, como exemplo, o material para o ensino fundamental possuía um viés mais lúdico, sem texto e com imagens chamativas, e o para o ensino médio foi abordada uma linguagem mais formal. Para a avaliação dos dados foi empregada a análise de variância (ANOVA), utilizando-se o software Prisma 5.0. A diferença significativa entre as médias foi verificada através do teste de Tukey com nível de 5 % de significância (p<0,05).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O projeto abrangeu um público total de 465 alunos (Tabela 1). A escola com maior quantitativo de aluno foi registrada na cidade de Pau dos Ferros, com média de 69 alunos por turma, e esse fato explica-se pelo motivo da cidade possuir um maior nível de densidade demográfica (117,14 hab./km²) (IBGE 2010).
Dentre as atividades de práticas educativas propostas como palestras, cartilhas e folders. Foi observado que 90% do público considerou a palestra a forma mais interativa e proveitosa no que se refere ao aprendizado, porém como todas as atividades do projeto foram realizadas no turno matutino, em decorrência da disponibilidade de tempo dos participantes do projeto.
A cidade de Marcelino Vieira obteve as maiores médias de acertos no questionário conforme evidenciado na Figura 1, onde foi possível observar médias entre 96 e 100% de acertos por turma, o que representa um satisfatório resultado e melhor aproveitamento das palestras ministradas. Esse resultado também pode ser explicado pelo fato de que estes discentes são alunos mais velhos, estudantes do ensino médio, e já possuem maiores capacidades cognitivas e maior controle de atenção, quando comparados com os gráficos de turmas de alunos mais jovens.
Tabela 1 – Perfil de abrangência do público-alvo do projeto vigilantes sanitários.
Fonte: Próprio autor, (2019).
Todas as escolas contempladas obtiveram resultados compreendidos entre 78 e 100% de acertos, podendo-se concluir que os conhecimentos foram bem absorvidos na maioria do público-alvo envolvido no projeto. As diferenças entre os níveis e escolas de municípios diferentes podem ser explicadas pelas diferentes metodologias aplicadas que cada instituição possui, influenciando nos resultados.
A idade também é um fator importante, visto que os alunos de maiores idades apresentaram maior capacidade de concentração, enquanto os mais jovens se dispersavam de maneira mais rápida.
Figura 1 – Percentual de acertos entre as turmas de nível médio da Escola Estadual Desembargador Licurgo Nunes da cidade de Marcelino Vieira – RN.
Fonte: Próprio autor, (2019).
Escolhas errôneas relacionadas à alimentação podem levar a problemas de saúde como a obesidade. Nas escolas existe uma grande necessidade de discutir demandas culturais como obesidade, anorexia, bulimia, entre outros transtornos. A proposta pedagógica presente justifica-se porque é uma recomendação do governo federal que professores e professoras discutam temáticas de relevância social nas escolas brasileiras. O Ministério da Educação pontua que os/as docentes devem incluir estes temas no currículo escolar, tendo o cuidado de abordar o assunto de forma mais crítica, em uma perspectiva menos estereotipada (RIBEIRO, 2016).
CONCLUSÕES
Foi possível concluir que o conhecimento adquirido acerca do assunto abordado nas palestras foi bastante satisfatório, com um percentual de acertos dos questionários aplicados, compreendido entre 78-100%, trazendo assim informações uteis para o dia a dia dos alunos.
Os alunos de ensino médio obtiveram, de uma forma geral, médias superiores de acertos em relação ao ensino fundamental, mostrando maior capacidade de concentração e foco. Consequentemente, a escola da cidade de Marcelino Vieira, apresentou os maiores valores de acertos, pois a mesma só possui ensino médio. O presente trabalho teve como objetivo realizar palestras sobre segurança de alimentos em escolas públicas do alto oeste potiguar.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde (Org.). Surtos de Doenças Transmitidas por Alimentos no Brasil. Brasília: Coordenação Geral de Doenças Transmissíveis, 2019. 16 slides, color.
DROUET, R. C. R. Distúrbios da aprendizagem. São Paulo, Ática, 2006.
LEÃO, M.; RECINE, E.; ROCHET, J.; CÔRTES, N.; MORAIS, J. G.; CARVALHO, A.; BONFIM, M. L.; ROCHA, A. C.; LIMA, A. O direito humano à alimentação adequada e o sistema nacional de segurança alimentar e nutricional. Ação Brasileira Pela Nutrição e Direitos Humanos (abrandh), Brasília, v. 1, n. 1, p.11-11, 2013.
OLIVEIRA, T. (Brasil) (Org.). Ocorrências de DTA nos Estados Unidos tem se mantido alta desde 2012. 2016. Disponível em: < https://foodsafetybrazil.org/ocorrencias-de-dta-nos-estados-unidos-tem-se-mantido-alta-desde-2012/ >. Acesso em: 17 set. 2019.
RIBEIRO, U. R. G. SÁ-SILVA, J. R; BORGES, S. S.; LEAL, E. H. F. Problematizando o tema da obesidade na escola: uma proposta pedagógica a partir dos Estudos Culturais. Diálogo, [s.l.], v. 5, n. 33, p.5-6, 2016. Centro Universitário La Salle – UNILASALLE.