Pesquisadores patenteiam revestimento que aumenta a vida útil de frutas
Os frutos continuam vivos depois de sua colheita, tendo todos os seus processos biológicos se mantendo ativos, mesmo após a sua colheita. Essa atividade e sua composição físico-química fazem com que esses produtos sejam altamente perecíveis, sendo um problema muito estudado por especialistas da área, trazendo a necessidade do desenvolvimento de novas tecnologias, para reduzir a alta perecibilidade em toda a cadeia produtiva.
Inserido neste contexto, pesquisadores do Departamento de Engenharia de Alimentos (DEAL), vinculado ao Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Ceará, patentearam um revestimento capaz de aumentar a vida útil das frutas, retardando o processo de senescência (envelhecimento natural em nível celular), mantendo a firmeza, a cor e a aparência inicial do alimento por mais tempo.
A invenção teve origem na dissertação de mestrado da pesquisadora Jorgiane da Silva Severino Lima, no Programa de Pós-Graduação de Ciência e Tecnologia de Alimentos. O projeto teve aprovação e financiamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Para produzir o revestimento e garantir sua função de aumento na conservação das frutas, foi utilizado concentrado proteico de soro de leite (CPSL), em proporção de 10%, e óleo essencial de erva-doce (OED), atuando como agente antimicrobiano, cuja proporção de 0,2% a 0,4% apresentou os melhores resultados. Além disso, a composição também possui cloreto de cálcio na proporção de 1% e glicerol na proporção de 5%.
Para avaliar a eficiência da invenção, foram feitos testes utilizando o mamão como fruta-modelo. Foram usados mamões da espécie Carica papaya L., todos em estado 2 de maturação, quando a fruta está com apenas 25% da superfície amarelada. Todos foram higienizados, imersos no revestimento, secados e acondicionados em caixas plásticas e armazenados à temperatura de 12 ºC.
Nos testes, houve um aumento de até 10 dias no tempo de vida útil do alimento a partir do uso do revestimento. Enquanto o mamão sem revestimento mudou sua coloração em 13 dias, mostrando um processo mais avançado de amadurecimento, o mamão revestido chegou no mesmo estágio em 23 dias.
A diferença pode ser percebida por conta do amarelamento que atinge a casca do mamão com o passar do tempo. Na fruta usada como controle, sem revestimento, a mudança de verde para amarelo ocorreu em 13 dias, atingindo o chamado estágio 5 de maturação. No mesmo período, os frutos revestidos ainda não haviam atingido esse estágio.
Ficou interessado? A fonte disponível disponibilizada pelo o portal da UFC é o da Profª Lucicléia Barros, do Departamento de Engenharia de Alimentos – e-mail: [email protected], Coordenadora do projeto.