Pesquisadores desenvolvem método de identificação de adulteração no pescado
Pesquisadores desenvolvem método de identificação de adulteração no pescado, aplicando uma abordagem metabolômica para identificar marcadores de congelamento/descongelamento em robalo europeu sem pele (Dicentrarchus labrax)
A comercialização de produtos congelados/descongelados rotulados como frescos, adotada por alguns produtores ou distribuidores de pescado, é uma prática fraudulenta, além de apresentar uma concorrência comercial desleal e possível risco para os consumidores devido a potenciais subprodutos tóxicos.
Métodos analíticos capazes de diferenciar produtos de peixes frescos de congelados/descongelados são necessários para fornecer informações para fornecedores e fiscais sanitários, a fim de prevenir fraudes alimentares.
Neste sentido pesquisadores do Instituto Zooprofilattico Sperimentale Delle Venezie, do departamento de Química, Itália, publicaram um estudo na revista Food Control com o título “Novas estratégias para a diferenciação de peixes frescos e congelados/descongelados: Metabolômica não direcionada por LC-HRMS”, em que desenvolvem um método de identificação de adulteração no pescado.
Os pesquisadores utilizaram cento e vinte amostras de peixes (sessenta frescas e sessenta congeladas/descongeladas), que foram analisadas nos modos iônico positivo e negativo por cromatografia líquida acoplada a espectrometria de massa de alta resolução (LC-HRMS). Uma combinação de um método de classificação supervisionado por análise discriminante de mínimo quadrado parcial (PLS-DA) e eliminação de característica recursiva (RFE) permitiu descobrir os metabólitos mais informativos úteis para codificar robalo europeu fresco e descongelado.
Os metabólitos do ácido eicosapentaenóico (EPA) e do ácido docosahexaenóico (DHA) foram identificados como os preditores mais relevantes. Estas foram utilizadas para construir um modelo capaz de classificar as amostras de robalo europeu de acordo com o seu estado fresco ou congelado/descongelado.
O modelo apresentou acurácia, sensibilidade e especificidade de 100%, quando testado para um conjunto independente de robalo europeu submetido às mesmas condições experimentais. EPA e DHA foram alterados mesmo em um conjunto de vinte salmões do Atlântico frescos e congelados / descongelados (Salmo salar), abrindo caminho para o desenvolvimento de um método direcionado com o objetivo de fornecer testes robustos e independentes das espécies a serem aplicados na cadeia do pescado por produtores e autoridades competentes.
O trabalho completo pode ser encontrado no link: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0956713521005995#!
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Referência
Roberto Stella, Eleonora Mastrorilli, Tobia Pretto, Alessandra Tata, Roberto Piro, Giuseppe Arcangeli, Giancarlo Biancotto, New strategies for the differentiation of fresh and frozen/thawed fish: Non-targeted metabolomics by LC-HRMS (part B), Food Control, 2021, 108461, ISSN 0956-7135, https://doi.org/10.1016/j.foodcont.2021.108461.
Tag:adulteração, Fraudes, Pescados