O trabalho investigou a atividade antimicrobiana de nanopartículas de ZnO em relação às bactérias Escherichia coli e Staphylococcus aureus. ZnO nano foi preparada moendo ZnCl2, NaCl e Na2CO3 na proporção 1:5, 5:1 seguido de tratamento térmico, lavagem e filtração. As nanoestruturas foram caracterizadas por espalhamento de luz dinâmico (DLS), microscopia eletrônica de transmissão (TEM) e difração de raios X. O tamanho médio obtido foi de 173,15 ± 13,16 nm. A atividade antimicrobiana das nanoestruturas para S. aureus e E.coli foi determinada por meio de absorbância a 625 nm para diferentes concentrações das nanoestruturas a 37 °C por 50 h. Para o S. aureus, as concentrações 3,00 mg·mL−1, 4,50 mg·mL−1 e 5,63 mg·mL−1 promoveram diminuição significativa na absorbância em relação ao controle e as demais concentrações, de acordo com o Teste de Tukey a 5% de probabilidade, com aumento da fase lag, indicando inibição de crescimento. Para a E. coli a nanoestrutura promoveu diminuição significativa da absorbância em relação ao controle, em todas as concentrações, conforme o Teste de Tukey a 5% de significância. As concentrações de 4,50 mg·mL−1 e 5,63 mg·mL−1 levaram a maior redução na absorbância e inibição do crescimento da bactéria. Pode-se concluir que as nanoestruturas de ZnO são alternativas promissoras para controle destes microrganismos que são um problema na indústria de alimentos.
O Brasil é o segundo maior produtor de mamão do mundo, com uma produção anual de 1,6 milhões de tonelada, gerando uma receita de até 1,8 bilhões de reais. Mesmo com uma grande produção, só é importado 1% da produção nacional, devido a perecibilidade do fruto, amadurecendo rápido e sendo alvo constante de ataque de agentes fitopatógenos. Logo, uma tecnologia de revestimento biodegradável com nanotecnologia se demostra potencial para solucionar tal gargalo produtivo. Os mamões do ensaio controle, apresentaram a maior mudança de coloração, tendo uma diminuição nos índices L*, C* e h* de 48,69%; 21,64% e 24,44% respectivamente, uma perda de massa toda de 16,60 % e apresentou uma firmeza média de 6,94 ± 1,84 N e uma coloração alaranjada com um número maior de machas amarronzadas e pretas, uma pele mais enrugada e regiões degradadas, chegando até 1/3 do fruto, por agentes fitopatogênicos. Já os mamões recobertos com a solução de goma guar 1,5% m/v com nanoestruturas apresentaram uma mudança menor de seus índices L*, C* e h* de 29,31%, 13,51% e 11,06% (nanoZnO) e 22,09%, 7,12% e 14,20% (nanoquitosana), uma perda de massa de 11,56 % (nanoZnO) e 10,25% (nanoquitosana), uma firmeza de 10,53 ± 4,44 N (nanoZnO) e uma firmeza de 10,02 ± 1,62 N (nanoquitosana) no final do dia 10. Os revestimentos de goma guar enriquecidos com nanoestruturas apresentaram ser uma possível solução para preservação de mamão no pós-colheita, conseguindo retardar o feito do amadurecimento do fruto.
A composição do leite, principalmente o teor de gordura, determina a qualidade e seu valor de mercado, portanto a análise deste teor é fundamental para o setor do laticínio. Além da porcentagem total de gordura, a composição dos ácidos graxos livres pode ser utilizada como indicador de qualidade do leite. O ácido palmítico, é um ácido graxo saturado de maior abundância no leite. Atualmente na indústria, os métodos utilizados para medir o teor de gordura são trabalhosos, perigosos e possuem alta margem de erro. Portanto, faz-se necessário um novo sistema de monitoramento para teor de gordura láctea. Dito isso, apresentamos no presente trabalho, a utilização de nanopartículas de ouro com tamanho de 1,2 ± 0,2 nm para detecção do ácido palmítico. A nanopartícula de ouro foi escolhida devido a sua excelente propriedade óptica e apresentou resultados excelentes nos métodos quantitativos de RGB e espectroscopia. Demonstrando assim, a alta capacidade desta nanopartícula para a produção de um nanosensor sensível colorimétrico para detecção de gordura do leite.
O encapsulamento de óleos essenciais, vegetais, de peixe e de algas vem ganhando destaque na indústria de alimentos como uma alternativa para aumentar suas aplicabilidades em diferentes condições de processamento e armazenamento. Dessa forma, este trabalho teve como objetivo investigar os depósitos de patentes relacionados à utilização de micro e nanopartículas de óleos aplicados em alimentos com a função de fortificação e/ou de conservação. Para isso, foi realizada uma pesquisa de patentes nas bases de dados European Patent Office (Espacenet)e no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). Foram encontradas 01 e 02 invenções utilizando micro e nanopartículas, respectivamente, para fortificação de alimentos, e 04 invenções com nanopartículas para conservação de alimentos. O cenário tecnológico demonstrou que o tema é bastante promissor e que ainda há muito o que se explorar, especialmente no Brasil.