REVISÃO DE LITERATURA A RESPEITO DA NUTRIÇÃO E DA TOLERÂNCIA DE PLANTAS DE FEIJÃO SOB ESTRESSE BIÓTICO E ABIÓTICO
Capítulo de livro publicado no livro do II Congresso Brasileiro de Produção Animal e Vegetal: “Produção Animal e Vegetal: Inovações e Atualidades – Vol. 2“. Para acessá-lo clique aqui.
DOI: https://doi.org/10.53934/9786585062039-82
Este trabalho foi escrito por:
Cibelle Christine Brito Ferreira1; Clauber Rosanova2; Caio Felipe Cavalcante Dantas3; Flávia Naiane Macedo Santos4; Rosilene da Costa Porto de Carvalho5; Thanna Aryella Martins de Carvalho6
1Docente/pesquisadora no curso de Agronomia – IFTO, E-mail: [email protected]
2Doutor e Coordenador do Curso de Zootecnia – IFTO E-mail: [email protected]
3Estudante do curso de Agronomia – UNITINS, E-mail: [email protected]
4Mestre em Agroenergia – UFT, E-mail: [email protected]
5Estudante do curso de Agronomia – IFPA, E-mail: [email protected]
6 Estudante do curso de Agronomia –ULBRA, E-mail: [email protected]
Resumo: sabendo da importância dos nutrientes para o desenvolvimento do feijoeiro, desde o desenvolvimento inicial ao fim de ciclo, busca-se, por meio de levantamento bibliográfico e pesquisa exploratória, discorrer sobre como os nutrientes atuam na germinação de sementes, no desenvolvimento inicial e na tolerância de plantas aos estresses bióticos e abióticos no cultivo de feijão. De maneira que as informações disponíveis neste trabalho permitirão que os produtores rurais atuem a tempo de evitar potenciais perdas que efeitos bióticos e abióticos adversos possam causar ao feijoeiro, contribuindo de maneira significativa para aumento da sustentabilidade da cultura. A adubação é um dos fatores que afetam a qualidade da semente, pois plantas adubadas de modo adequado apresentam condições de produzir maior quantidade de semente, além de promover melhor qualidade, por resistir mais facilmente a adversidades durante o período de produção. Altos índices de produção, bem como ótima qualidade dos produtos somente são alcançados com o equilíbrio no fornecimento de macro e micronutrientes, que atuam no metabolismo vegetal. Os estresses bióticos e/ou abióticos são fatores limitantes na produção do feijão, pois em qualquer uma destas condições, pode causar o retardo do crescimento e danos no desenvolvimento, reduzir a produtividade e, em casos extremos, levar a planta à morte. Uma alternativa a estes fatores limitantes é o uso de cultivares com características genéticas competitivas e eficientes contribuindo para alcançar um padrão de agricultura mais sustentável e com melhores condições de produção, desde o preparo e preservação da fertilidade do solo, aos tratos culturais.
Palavras-chaves: germinação de sementes; nutrientes; solo
Abstract: knowing the importance of nutrients for the development of beans, from the initial development to the end of the cycle, it is sought, through bibliographic survey and exploratory research, to discuss how the nutrients act in the germination of seeds, in the initial development and in the tolerance from plants to biotic and abiotic stresses in bean cultivation. In such a way that the information available in this work will allow the rural producers to act in time to avoid the potential losses that adverse biotic and abiotic effects may cause to the common bean, contributing in a significant way to increase the sustainability of the crop. Fertilization is one of the factors that affect the quality of the seed, as plants properly fertilized are able to produce a greater amount of seed, in addition to promoting better quality, as they more easily resist adversity during the period of production. High production rates, as well as excellent product quality, are only achieved with a balance in the supply of macro and micronutrients, which act on plant metabolism. Biotic and / or abiotic stresses are limiting factors in the production of beans, as in any of these conditions, it can cause growth retardation and damage to development, reduce productivity and, in extreme cases, lead the plant to death. An alternative to these limiting factors is the use of cultivars with competitive and efficient genetic characteristics, contributing to achieve a more sustainable pattern of agriculture and with better production conditions, from the preparation and preservation of soil fertility, to cultural treatments.
Key-words: nutrientes; seed germination; soil
INTRODUÇÃO
O feijão-comum é uma das principais culturas produzidas e consumidas no Brasil. Apresenta importância nos aspectos econômicos e culturais, principalmente por ser um alimento que é fonte de proteína, vitaminas, ferro e sais minerais na dieta básica da população (1). Sendo ele uma leguminosa que pode ser cultivada por pequenos, médios e grandes produtores em todas as regiões do país, em diversos sistemas de produção, desde os mais tecnológicos e intensivos até os mais simples e de baixo custo e uso de tecnologias. Adubação correta, defensivos adequados, sementes de boa qualidade e manejo correto da irrigação podem proporcionar aumento no rendimento do feijoeiro (2).
O feijoeiro é uma planta considerada exigente em fertilidade e qualidade do solo, devido ao ciclo curto e ao sistema radicular superficial e pouco desenvolvido. Fatores nutricionais que estimulam o crescimento inicial do sistema radicular como a correção da acidez do solo antes da semeadura para neutralizar o Al tóxico, fornecer Ca, Mg e aumentar o pH para a faixa que permita maior disponibilidade de nutrientes (5,8 a 6,2); a aplicação de N, P e B na semeadura potencializam o desenvolvimento da cultura. As sementes, assim como demais órgãos da planta, apresenta composição química bastante variável por se tratar de um órgão que se forma no final do ciclo da planta. Durante o seu desenvolvimento, acumulam reservas de nitrogênio, carboidratos, lipídios e minerais. Uma gama muito ampla de minerais podem estar presentes na parede celular e nas organelas, mas a grande parte do fósforo e vários cátions são encontrados juntos como compostos de fitina (3).
A reserva de nutrientes na semente é expressa pelos teores encontrados nas partes constituintes da semente. Esse valor varia entre espécies, cultivares e depende das condições do ambiente em que a semente é produzida. Os nutrientes armazenados na semente irão suprir os elementos necessários para o estabelecimento da plântula em seus estádios iniciais. Entretanto, o desenvolvimento das plantas geradas pode também depender da fertilidade do solo. Assim, o meio pode compensar a necessidade de um dado elemento, mesmo que a semente apresente baixo conteúdo deste, por ter sido originada de uma planta mãe não muito bem suprida. Por outro lado, com certas limitações, uma semente com alto conteúdo de um elemento, originará uma planta vigorosa, em um meio deficiente nesse elemento (3).
Sabendo da importância dos nutrientes para o desenvolvimento do feijoeiro, desde o desenvolvimento inicial ao fim de ciclo, busca-se, por meio de levantamento bibliográfico e pesquisa exploratória, discorrer sobre como os nutrientes atuam na germinação de sementes, no desenvolvimento inicial e na tolerância de plantas aos estresses bióticos e abióticos no cultivo de feijão. De maneira que as informações disponíveis neste trabalho permitirão que os produtores ruais atuem a tempo de evitar potenciais perdas que efeitos bióticos e abióticos adversos possam causar ao feijoeiro, contribuindo de maneira significativa para aumento da sustentabilidade da cultura.
EFEITO DOS NUTRIENTES NA GERMINAÇÃO DE SEMENTES
O feijão é um dos principais constituintes da dieta alimentar do povo brasileiro, sendo uma excelente fonte de aminoácidos, carboidratos, vitaminas, minerais e fibras; apresenta ainda conteúdo proteico de aproximadamente 25% (4).
A produtividade e a lucratividade de um empreendimento agrícola estão diretamente relacionadas à qualidade da semente utilizada para a semeadura. Assim, um dos fatores que mais contribui para o baixo rendimento do feijoeiro no Brasil, apesar da sua importância, é a utilização de grão, ao invés de semente, para a instalação da cultura.
O uso de semente com qualidades genética, sanitária, física e fisiológica é essencial para a obtenção de boa produtividade e, consequentemente, retorno financeiro. A exigência nutricional das culturas, em geral, torna-se mais intensa com o início da fase reprodutiva, sendo mais crítica na época de formação das sementes, quando consideráveis quantidades de nutrientes são para elas translocadas. Essa maior exigência se deve ao fato de os nutrientes serem essenciais à formação e ao desenvolvimento de novos órgãos de reserva.
A disponibilidade de nutrientes influencia a formação do embrião e dos cotilédones com resultados eficazes sobre o vigor e a qualidade fisiológica. No entanto, há poucos trabalhos relacionados à adubação e nutrição das plantas produtoras de sementes com sua qualidade fisiológica, e no caso de micronutrientes a situação é ainda mais crítica. O papel dos nutrientes é fundamental durante as fases de formação, desenvolvimento e maturação das sementes, principalmente na constituição das membranas e no acúmulo de carboidratos, lipídios e proteínas. A deficiência de micronutrientes, especialmente a de manganês e zinco, pode reduzir a atividade metabólica devido à demanda em processos fisiológicos, como componentes de enzimas essenciais e também comprometer a manutenção estrutural e a integridade funcional das membranas.
O manganês está relacionado à formação da lignina, que, por sua vez, é uma das substâncias presentes na parede celular, conferindo-lhe impermeabilidade, exercendo, assim, efeito significativo sobre a capacidade e a velocidade de absorção de água através do tegumento, interferindo desse modo, na quantidade de lixiviados liberados para o meio externo durante a fase de embebição do processo de germinação de sementes.
Plantas cultivadas em condição de deficiência de zinco, geralmente, produzem sementes com baixo conteúdo e concentração desse nutriente e quando semeadas em solo deficiente, as plântulas são menos vigorosas refletindo em baixo rendimento na colheita. O aumento do conteúdo de zinco nas sementes tem efeito positivo no aumento do rendimento nessas condições.
Os teores de nutrientes nas sementes de feijão foram determinados da seguinte maneira: o nitrogênio, por digestão sulfúrica, sendo no extrato dosado o N-orgânico, usando-se o reagente Nessler e o teor de N-NO3. Para determinação do boro, as amostras foram submetidas à digestão por via seca (incineração), quantificando-se posteriormente o seu conteúdo por meio da colorimetria pela Azometina H. Os demais nutrientes (P, K, Ca, Mg, S, Cu, Fe, Mn e Zn) foram definidos por meio da digestão nitroperclórica e posterior determinação no extrato, onde o fósforo foi determinado por colorimetria, o potássio por fotometria de chama e o enxofre por turbidimetria. O cálcio, magnésio, cobre, ferro, manganês e zinco foram analisados por espectrofometria de absorção atômica.
O macronutriente exigido em maior quantidade pelo feijoeiro é o nitrogênio, seguido por potássio, cálcio, enxofre, magnésio e fósforo. Contudo, quando se considera apenas a semente, a maior porcentagem do total absorvido é formada por N e P, seguidos por S, K, Mg e Ca. A necessidade de fósforo (acumulação na planta) é muito menor do que a de nitrogênio e a maior parte de P acumulado na planta (maior que 80%) é translocada para a semente, sendo possível aumentar a produtividade da cultura com o aumento da taxa de absorção de P.
Os efeitos dos nutrientes sobre a qualidade da semente tornam-se mais pronunciados em situações de deficiência nutricional. A exigência nutricional para a maioria das espécies aumenta com o início da fase reprodutiva, sendo mais crítica por ocasião da formação da semente, quando grande quantidade dos nutrientes é translocada para elas. A disponibilidade de nutrientes influi na formação do embrião e dos órgãos de reserva e na composição química da semente, afetando, consequentemente, sua qualidade.
(5), estudando o efeito da adubação fosfatada nas características químicas e fisiológicas da semente do feijão, verificou que maiores teores de fósforo no solo resultaram em semente com maiores peso e vigor e que os teores de fósforo, no solo de onde a semente semeada se originou, não influenciaram as percentagens de plântulas normais e anormais e de sementes mortas. Verificou também que teores crescentes do nutriente no solo aumentaram a quantidade de P, Mg e Zn e diminuíram a de N na semente. A deficiência de P pode, entretanto, restringir a absorção, assimilação e translocação de N nas plantas.
Plantas de feijão originadas de semente com alto teor de P produziram maior massa de parte aérea e número e massa de nódulos e foram menos responsivas ao suprimento de P no solo do que plantas oriundas de semente com baixo teor de P. Outrossim, semente de feijoeiro com maior teor de P pode resultar em plantas com maior crescimento da parte aérea, nodulação e acúmulo de N, no estádio vegetativo de crescimento, particularmente sob baixas doses aplicadas de fósforo, via solo. Os trabalhos envolvendo fósforo na cultura do feijão, principalmente os relacionados ao teor na semente, limitam-se a avaliar o efeito na fase inicial do desenvolvimento da cultura. Em vista disso, o objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito da combinação de teores de fósforo na semente com teores de fósforo aplicados via solo sobre o produto final, ou seja, sobre as características químicas e fisiológicas da semente.
O feijoeiro é uma planta considerada exigente em fertilidade e qualidade do solo, devido ao ciclo curto e ao sistema radicular superficial e pouco desenvolvido. Por isso, é importante que os nutrientes estejam prontamente disponíveis para as plantas, de acordo com a demanda durante o ciclo (6). Dentre os fatores nutricionais que estimulam o crescimento inicial do sistema radicular destacam-se:
1. correção da acidez do solo antes da semeadura para neutralizar o Al tóxico, fornecer Ca, Mg e aumentar o pH para a faixa que permita maior disponibilidade de nutrientes (5,8 a 6,2);
2. aplicação de Ca, N, P e B na semeadura;
3. evitar a aplicação de fertilizante salino próximo à semente (exemplo: cloreto de potássio).
EFEITO DOS NUTRIENTES NO DESENVOLVIMENTO INICIAL DO FEIJÃO
O benefício da adição de elementos minerais no crescimento das plantas foi reconhecido há mais de 2000 anos. Contudo, Just von Liebig (1803-1873) foi o principal cientista de seu tempo a lançar as bases da nutrição mineral de plantas. Sua descoberta de que os elementos N, S, P, K, Ca, Mg, Si, Na e Fe eram essenciais, embora fundamentada apenas em observações, provou estar correta (7).
A nutrição mineral de plantas é o ramo da Fisiologia Vegetal que estuda quais são os elementos químicos essenciais para o ciclo vital das plantas. Estuda também como os elementos são absorvidos e translocados, as funções que desempenham nos sistemas funcionais, as exigências nutricionais e os distúrbios causados quando em concentrações insuficientes ou excessivas. Apresenta grande relação com o desenvolvimento inicial das plantas, em especial com a fertilidade do solo e a adubação das culturas (8)
Como o processo de absorção de nutrientes é realizada pelo vegetal para suprir as necessidades de seu metabolismo, que compreende os processos pelos quais esses nutrientes serão utilizados para seu crescimento e manutenção (8). Para que ocorra a absorção de nutrientes pelas plantas a partir do solo, dois aspectos são fundamentais. O primeiro, que o elemento se encontre na solução do solo em forma que possa ser absorvido e segundo que esse nutriente, em solução, entre em contato com o sistema radicular da planta (9).
O sistema radicular do feijão possui mais tolerância a baixa saturação por bases (10). A nutrição mineral adequada é o meio mais rápido e menos oneroso para aumentar a produtividade das culturas. Altos índices de produção, bem como ótima qualidade dos produtos somente são alcançados com o equilíbrio no fornecimento de macro e micronutrientes, que atuam no metabolismo vegetal (11).
Todavia, no caso do feijoeiro, cujo sistema de fixação de N é de baixa eficiência, a necessidade do nutriente está mais relacionada à atividade da redutase do nitrato, enzima indispensável no aproveitamento dos nitratos absorvidos pela planta, pois é responsável pela redução do nitrato a nitrito, no processo de assimilação do N. Além disso, a aplicação foliar de Mo aumenta a redução do acetileno e a remobilização do N durante o estádio de enchimento de vagens e os efeitos combinados desses processos resultam em maior produtividade de sementes (12, 13).
Segundo (14), absorção de nitrogênio ocorre praticamente durante todo o ciclo da cultura, mas a época de maior exigência, quando a velocidade de absorção é máxima, ocorre dos 35 aos 50 dias da emergência da planta, coincidindo com a época do florescimento. Neste período, a planta absorve de 2,0 a 2,5 kg N/ha/dia.
O período de maior velocidade de absorção de fósforo vai desde aproximadamente 30 dias até os 55 dias da emergência, ou seja, desde o estádio fisiológico anterior ao aparecimento dos botões florais até o final do florescimento, quando já existem algumas vagens formadas. Embora a demanda seja alta durante todo este período, ela acentua-se no final do florescimento e no início de formação das vagens, época em que o feijoeiro absorve de 0,20 a 0,30 kg P/ha/dia.
O padrão observado no estudo de (14), para absorção de potássio é diferente. Aparentemente, são dois os períodos de grande demanda: entre 25 e 35 dias e entre 45 e 55 dias da emergência. O primeiro período corresponde à diferenciação dos botões florais, quando a cultura absorve, em média, 1,7 kg K/ha/dia, e o segundo, ao final do florescimento e início de formação das vagens, quando o feijoeiro absorve, em média, de 2,2 a 3,3 kg/ha/dia. A partir do final do florescimento a absorção de K é muito baixa.
EFEITO DOS NUTRIENTES NA TOLERÂNCIA DE PLANTAS DE FEIJÃO AOS ESTRESSES BIÓTICOS
Os diferentes tipos de estresses, caracterizados por condições externas que adversamente afetam o crescimento, o desenvolvimento e consequentemente a produtividade das plantas (15). Oosten explica, em seu trabalho, que estes estresses podem ser bióticos, impostos por organismos, como vírus, bactérias, fungos, nematoides e insetos ou abióticos, incluindo excesso ou deficiência de fatores do ambiente físico ou químico. Contextualizando, o estresse biótico ocorre como resultado de danos às plantas por outros organismos vivos, ervas daninhas, pragas de insetos, organismos causadores de doenças, nematoides, produtos químicos alelopáticos, etc. Entre estes, fungos e vírus são os maiores e grupos mais importantes afetando todas as partes da planta em tudo estágios de crescimento de leguminosas alimentares.
(16) aponta, dentre as condições ambientais que podem causar alguns desses tipos de danos, o excesso ou a falta de água (estresse hídrico), variações na temperatura (frio ou calor), excesso de salinidade, deficiência mineral no solo, o excesso ou falta de luz, além da chuva e vento. Destacam-se também a deficiência de nutrientes, como nitrogênio e fósforo, bem como os estresses decorrentes da baixa disponibilidade hídrica e das altas temperaturas (17). Nesse contexto o estresse desempenha um papel importante na determinação de como o solo limita a distribuição de espécies vegetais em dado ambiente, sendo sua composição, condutividade hidráulica, capacidade de troca iônica e pH, fatores que influenciam diretamente na disponibilidade de ar, água, nutrientes minerais e consequentemente desequilíbrios fisiológicos nas plantas (16).
As plantas são organismos constantemente expostos a vários fatores adversos, contudo, possuem a capacidade natural de regular uma rede de vias de sinalização com respostas rápidas e eficazes desencadeadas por estresses bióticos e abióticos (15). Entretanto, devido à relação evolutiva interespecífica entre plantas e agentes patogênicos, as respostas de defesa aos ataques bióticos são extremamente variáveis (17). As deficiências de minerais (alimento das plantas) no solo e na planta podem ser observadas pelo aparecimento de pragas e doenças que prejudicam os cultivos. Identificando qual a deficiência no solo, podemos escolher a prática de manejo que deve ser feita para melhorar a fertilidade do solo. Sempre que possível, é interessante ter também as informações obtidas por análise de solo ou análise foliar (18).
O estado nutricional em que se apresentam relaciona-se diretamente às respostas por elas expressadas. O desequilíbrio nutricional, seja por excesso ou falta de determinados nutrientes, favorece o estabelecimento de enfermidades e ou pragas conforme o(s) nutriente(s) em desequilíbrio nos tecidos do vegetal (19). Dessa forma, devido ao seu efeito no padrão de crescimento, na morfologia e na anatomia, e particularmente na composição química da planta, os nutrientes minerais podem aumentar ou diminuir a resistência das plantas às pragas e às doenças (20).
Em relação a nutrição, ressaltam-se os fosfitos, que são formados pela reação de ácido fosforoso + hidróxido de Na, K, Mg, Zn, Ni, Cu, etc…, os quais podem possuir modos de ação distintos dependendo da concentração utilizada. Os fosfitos atuam como toxidez direta inibindo crescimento fúngico principalmente de oomicetos. Com elevadas concentrações de fosfito na aplicação (9 mL/L), corre-se o risco de fitotoxidez, a concentração considerada ideal está por volta de 3 a 6 mL/L onde promovem indução de resistência (reação de hipersensibilidade, acúmulo de compostos fenólicos e lignificação dos tecidos ao redor do crescimento fúngico (21). Isto também depende do balanço de micronutrientes, pois a formação de lignina depende da rota do ácido chiquímico.
A severidade da doença é determinante. Sendo os fosfitos altamente translocados no floema, pode auxiliar no combate de doenças no sistema radicular das plantas. Com menores concentrações de fosfito, têm-se indução de resistência. Por exemplo, concentrações de 0,1 a 3 mMolar de fosfito já se tem ação sobre Phytophtora pela complexação de fenóis formando lignina ao redor do fungo (21).
Os estresses bióticos e/ou abióticos são fatores limitantes na produção do feijão, pois em qualquer uma destas condições, pode causar o retardo do crescimento e danos no desenvolvimento, reduzir a produtividade e, em casos extremos, levar a planta à morte. Uma alternativa a estes fatores limitantes é o uso de cultivares com características genéticas competitivas e eficientes contribuindo para alcançar um padrão de agricultura mais sustentável e com melhores condições de produção, desde o preparo e preservação da fertilidade do solo, aos tratos culturais (22).
Devido à sua tolerância em solos com baixa fertilidade em decorrência da sua capacidade de fixação de nitrogênio, bem como de realizar simbiose efetiva com micorrizas e habilidade para tolerar solos com grandes variações de pH, o feijão é um dos componentes mais valiosos em sistemas agrícolas, restaurando a fertilidade dos solos para sucessão de outras culturas (22).
(18) esclarece que as restrições bióticas incluem pragas de insetos e vírus, bactérias e patógenos fúngicos, embora em qualquer área de produção, normalmente não mais do que três ou quatro pragas e patógenos são uma ameaça séria. As seguintes pragas e doenças que acometem a cultura do feijão são indicativos de deficiência de Cálcio (Ca): Cochonilha, Mosca-branca (Bemisia tabaci); Podridão apical, Virose “vira cabeça”, Vírus dourado. Outro elemento nutricional que em desequilíbrio causa interferência nos fatores bióticos da cultura é o Boro (Bo), que deixa a planta suscetíveis a podridões, assim como o Cobre (Cu) e o Silício (Si) que em desequilíbrio geram maior suscetibilidade ao ataque de pragas e doenças (18).
Segundo a (23) existem pragas classificadas como “pragas de solo”, que causam danos tanto no próprio solo, quanto nas plantas. (23) destaca como principais pragas e doenças que não podem passar despercebidas na hora de planejar o controle fitossanitário nas lavouras, a Lagarta-elasmo (Elasmopalpus lignosellus) que acomete, diversas culturas, dentre elas o feijão, onde as larvas atacam o colo das plantas, interrompendo o crescimento, provocando murchamento e a morte do cultivo. Os danos causados por essa praga são mais expressivos em solos leves e bem drenados.
Outra praga de solo que também acomete o feijão é o Tamanduá-da-soja (Sternechus subsignatus), que se trata de uma praga de difícil controle. A incidência é maior em solos sem remoção, onde é realizado o cultivo mínimo (redução do uso de máquinas sobre o solo) e o plantio direto. O dano se dá quando o inseto raspa o caule das plantas, desfia os tecidos de suporte e translocação de seiva. Quando há alta incidência, o dano chega a ser irreversível, podendo afetar até 100% das plantas. Se o ataque ocorre na fase final do desenvolvimento do cultivo, as larvas se localizam na haste principal, podendo quebrar a planta apenas com o vento ou chuva, reduzindo o rendimento e dificultado a colheita.
O feijão também é prejudicado pela doença de Tombamento, proveniente do fungo Rhizoctonia solani, que causa podridões nas raízes no início do crescimento das plantas, impactando no desenvolvimento, vigor e na germinação da semente. A presença da doença está ligada às condições do solo e culturas anteriores. Nesta doença, o fungo pode provocar danos no sistema radicular, consequentemente um mal desenvolvimento da planta, deformando os caules e raízes do cultivo. Além disso, a doença compromete a pigmentação das folhas e causar necrose do tecido vascular, comprometendo a translocação de água e nutrientes. A proliferação da doença é favorecida na primavera, quando as temperaturas do solo são mais baixas e a umidade elevada.
Ressalta-se, em relação a nutrição, que em feijoeiros, os fosfitos proporcionam melhora no controle de mofo branco quando usado conjuntamente com fungicidas. De maneira geral, para aplicação de fosfitos, as plantas devem estar em bom estado nutricional para que se proporcione correto funcionamento do metabolismo primário e secundário. A aplicação de fosfitos deve ser realizada nas fases de maior demanda nutricional nas plantas onde as mesmas tornam-se mais susceptíveis aos efeitos danosas dos patógenos. Por exemplo, nas fases vegetativas, próximo ao florescimento onde se tem alta pressão de dreno de nutrientes (21).
EFEITO DOS NUTRIENTES NA TOLERÂNCIA DE PLANTAS DE FEIJÃO AOS ESTRESSES ABIÓTICOS
As plantas estão suscetíveis a estresses abióticos, nos quais podem ser físicos ou químicos como temperatura alta ou baixa, deficiência ou excesso de água, alta salinidade e baixa disponibilidade de nutrientes no solo que podem prejudicar o seu crescimento e desenvolvimento (24; 25; 26).
Uma das maneiras de amenizar os danos que os estresses abióticos causam nas plantas é a utilização de fertilizantes, bioestimulantes, inoculantes que favorecem a absorção dos nutrientes pelas plantas (SÁ et al., 2018). A salinidade do solo é um estresse que ocorre em diferentes condições climáticas resultante de processos naturais intensificada pelas ações humanas. O estresse salino afeta as plantas induzindo alterações osmóticas, iônicas, metabólicas e oxidativas, assim intervém na nutrição das plantas e altera seu crescimento e desempenho.
O feijão é uma cultura que sofre com os abióticos, a salinidade prejudica o crescimento e produtividade devido à grande redução na absorção de água pelas raízes das plantas proveniente do estresse osmótico e toxicidade iônica (28). Avaliando o uso da Glicina Betaina (GB) a fim de diminuir o estresse salino e aumentar a absorção de nutrientes em feijão comum (Phaseolus vulgaris L.), Sofy et. al. (28) concluíram quea GB é capaz dealiviar o estresse salino e reduzir o acúmulo de Na+ nos tecidos das plantas e aumentar o acúmulo de K, N e P, que permitem melhor osmose e desenvolvimento do crescimento da planta.
( SÁ 27) realizaram um estudo sobre o estresse abiótico salino e a fertilização com fosforo na cultura de feijão-caupi onde foi constatado que independente da irrigação com água salina a aplicação do nutriente fósforo aumentou o crescimento e a atividade fotossintética do feijão-caupi, principalmente na fase reprodutiva.
A irregularidade dos períodos de chuvas aliado a práticas incorretas de irrigação provoca o estresse hídrico em diferentes cultivares de feijão. O estresse hídrico afeta o período de floração o que pode resultar no aborto significativo de flores e frutos, além de interferir no crescimento vegetativo e assim reduzindo o desempenho da planta (29; 30).
Os bioestimulantes diminuem os efeitos adversos causados pelo estresse hídrico, em que foi comprovado por Petropoulos et al. (31), onde a aplicação de quatro bioestimulantes (Nomoren, EKOprop, Veramin Ca e Twin-Antiestress) melhorou o rendimento e a qualidade do feijão comum (Phaseolus vulgaris L.) cultivado sob estresse hídrico. Altas temperaturas provocam danos na fertilidade do pólen que resulta na queda das flores e com isso causa redução no número de sementes e na qualidade. Já as baixas temperaturas podem limitar a produção no estágio inicial da planta (26).
Os nutrientes como o potássio (K), nitrogênio (N) e fósforo (P) e enxofre (S) são essenciais para o bom desenvolvimento das plantas pois desempenham um papel importante na melhoria do crescimento da planta, na eficiência de absorção de nutrientes e protege as plantas sob condições externas (32). A deficiência desses nutrientes resulta na perda significativa de rendimento do feijão.
Os estresses abióticos afetam o estado mineral do solo e o acesso as raízes das plantas aos minerais existentes na rizosfera (33). O nitrogênio é um elemento chave não só para o cultivo do feijão mais também para diversas plantas, a disponibilidade de nitrogênio no ciclo de vida da planta é vital para atingir um bom crescimento e desenvolvimento. O nitrogênio tem influência direta na absorção e na assimilação de outros minerais. A deficiência deste elemento além de inibir o crescimento vegetativo altera características como área foliar, cor, número de folhas e altura da planta (34).
Outro mineral extremamente importante no cultivo de diferentes espécies de feijão é o potássio. Ele melhora os processos metabólicos do açúcar, aumenta a osmorregulação, regula a abertura estomática, participa da fotossíntese, previne perdas de energia, aumenta a resistência à seca e aumenta o rendimento (36). Sadeghipour (35) estudou a aplicação do potássio para diminuir o estresse abiótico provocado pelo cádmio em feijão comum, os resultados mostraram uma redução da toxicidade do cádmio e melhora no crescimento e absorção da clorofila.
A aplicação de fósforo nos cultivares de feijão promove o crescimento da raiz, melhora a resistência a doenças, diminui o estresse hídrico e aumenta a absorção de nutrientes e melhora o rendimento da safra. O baixo teor de fósforo provoca nas plantas a diminuição das taxas fotossintéticas, pois o fósforo é fundamental para que esse processo ocorra e afeta a redução no número e tamanho das folhas (32).
O enxofre é um macronutriente fundamental no combate ao estresse nas plantas. Os compostos contendo enxofre servem como componentes estruturais, atuam como moléculas de sinalização para comunicação celular com o ambiente. Podem estimular a tolerância e proteção a diferentes tipos de estresses abióticos, atua diretamente como oxidante e altera os processos moleculares regulando positivamente os genes envolvidos na tolerância ao estresse (38; 39).
De modo geral, os estresses abióticos causam diversos problemas na cultura de feijão, assim os nutrientes são peças importantes no combate aos estresses abióticos e desenvolvimento de resistência para o crescimento e desenvolvimento saudável da planta.
CONCLUSÃO
O cultivo do feijão exige uma demanda de nutrientes que propiciará um bom desenvolvimento e melhor rendimento da safra. Entender a importância dos nutrientes para o cultivo do feijoeiro é imprescindível pois os nutrientes são vitais para a plantas desde os estágios iniciais até no desenvolvimento de resistências no combate a fatores negativos como os estresses bióticos e abióticos. Neste artigo disponibilizamos informações importantes com base na literatura, que permitem entender a real necessidade para o cultivo do feijão em relação aos nutrientes, o que acarreta na melhoria da eficiência na produtividade das lavouras.
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