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POTENCIAL PRODUTIVO DOS HORTICULTORES DO SUDESTE PARAENSE

Capítulo de livro publicado no livro do II Congresso Brasileiro de Produção Animal e Vegetal: “Produção Animal e Vegetal: Inovações e Atualidades – Vol. 2. Para acessá-lo clique aqui.

DOI: https://doi.org/10.53934/9786585062039-69

Este trabalho foi escrito por:

Flavia Naiane de Macedo Santos*; Rosilene da Costa Porto de Carvalho; Thanna Aryella Martins de Carvalho; Cibelle Christine Brito Ferreira; Caio Felipe Cavalcante Dantas; Mariuza Barbosa da Silva Neiva

*Autor correspondente (Corresponding author) – Email: [email protected]

Resumo: A horticultura brasileira possui hoje expressiva importância no que se refere à geração de renda e emprego, sendo uma atividade extremamente diversificada, com predominância de mão de obra familiar. É um setor de grande importância, principalmente para a agricultura familiar, contribuindo para o seu fortalecimento e garantindo o sustento de inúmeras famílias. O trabalho objetivou-se em caracterizar os horticultores e o potencial produtivo da região. A pesquisa foi realizada no município de Conceição do Araguaia/Pará, onde se fez a aplicação de questionários por meio de visitas e por telefonemas para 19 produtores, diante das informações obtidas os dados foram analisados e tabulados. Observou-se por meio da pesquisa que a mão de obra predominante é familiar, e destaca-se a baixa escolaridade dos horticultores. 50% dos horticultores usam a área para o cultivo de olerícolas em dimensões de 1000 m² a 2000 m². A distância da sede do município (km) é de 1 km a 3 km para 56% dos entrevistados, viabilizando mais o cultivo. Verificou-se igualmente que a maioria dos entrevistados produzem alface (Lactuca sativa), cebolinha (Allium schoenoprasum), coentro (Coriandrum sativum) e rúcula (Eruca vesicaria ssp. Sativa), por possuir ciclo rápido e também a couve folha (Brassica oleracea), salsa (Petroselinum crispam), hortelã (Mentha spicata), entre outros, onde cerca de 37%  desses alimentos são comercializados  diretamente ao consumidor final e ao comércio local. Todos os entrevistados produzem a alface o ano todo, tendo em conta o potencial produtivo para o cultivo das hortaliças na região sudeste parense.

Palavras–chave: Agricultura familiar; Alimentos;Caracterização; Hortaliças

Abstract: Today, Brazilian horticulture has significant importance in terms of generating income and employment, being an extremely diversified activity, with a predominance of family labor. It is a sector of great importance, especially for family farming, contributing to its strengthening and ensuring the livelihood of countless families. The work aimed to characterize the horticulturists and the productive potential of the region. The research was carried out in the municipality of Conceição do Araguaia/Pará, where questionnaires were applied through visits and by phone calls to 19 producers. Based on the information obtained, the data were analyzed and tabulated. It was observed through the research that the predominant workforce is family, and the low education of horticulturists stands out. 50% of horticulturists use the area for the cultivation of vegetables in dimensions from 1000 m² to 2000 m². The distance from the municipality’s headquarters (km) is from 1 km to 3 km for 56% of the interviewees, making cultivation more feasible. , It was also found that the majority of respondents produce lettuce (Lactuca sativa), chives (Allium schoenoprasum), coriander (Coriandrum sativum) and arugula (Eruca vesicaria ssp. Sativa), as it has a fast cycle and also leafy cabbage (Brassica oleracea), parsley (Petroselinum crispam), mint (Mentha spicata), among others, where about 37% of these foods are sold directly to the final consumer and to local commerce. All interviewees produce lettuce all year round, taking into account the productive potential for growing vegetables in the southeast region of Pará.

Key Word: Family farming; Foods; Description; Vegetables

INTRODUÇÃO

A horticultura é o ramo da agricultura que estuda as técnicas de produção dos frutos, hortaliças, árvores, flores e arbustos. É a ciência que trata do cultivo de plantas de hortas, pomares, jardins e estufas (1).

A horticultura brasileira antes caracterizada pela informalidade possui hoje expressiva importância no que se refere à geração de renda e emprego, sendo uma atividade extremamente diversificada, com predominância de mão de obra família, o que contribui para o fortalecimento e garantia da sustentabilidade da produção agrícola de pequenos produtores (2).

No Brasil, a olericultura representa 6% do valor bruto da produção agropecuária do país, gerando por volta de 50.000 empregos para população (3).

O mercado brasileiro de hortaliças é altamente diversificado, com dezenas de olerícolas sendo comercializadas e consumidas nas diferentes regiões do país, como alface, cebolinha, coentro, batata, cebola, cenoura, rúcula, salsa, jiló e tomate.

A agricultura familiar é responsável por grande parte do volume comercializado da produção das hortaliças no Brasil, cuja atividade é realizada por pequenos agricultores (3).

Na agricultura familiar, as pequenas propriedades rurais têm levantado e estimulado as pesquisas cientificas que caracterizam o perfil e as diferentes formas de atuação no campo da agricultura. O Brasil desempenha um importante papel nas esferas sócias econômicas e nas questões regionais, pois o mesmo classifica todos os fatores de desenvolvimento de cada região. Apesar das dificuldades enfrentadas pela agricultura familiar ao longo dos anos, onde a mesma foi estabelecida como um setor heterogêneo, devido à diversidade de renda dos produtores, da atividade exercida, tamanho da propriedade etc. E dessa maneira por ter sido caracterizada por sua vasta diversidade de produtos e dos processos produtivos que garantem a sobrevivência econômica das famílias. Percebe-se diante do exposto a importância da agricultura familiar que contribui com a segurança alimentar, uma vez que produz 70% dos alimentos consumidos internamente no país (4; 5; 6).

Nota-se, a predominância no meio da agricultura familiar o cultivo de olerícolas onde as mesmas são imprescindíveis para a sobrevivência e geração de renda de muitas famílias, tal fato se dá pelo baixo custo de produção e rápido retorno financeiro por serem culturas anuais.

O Estado do Pará limita-se ao cultivo de algumas folhosas como a couve, a alface, o coentro, a cebolinha, o jambu, dentre outros. A baixa variedade hortícola no sudeste paraense é causada pelas altas temperaturas e elevada precipitação pluviométrica, o que dificulta a adaptação de várias espécies na região (7).

A pesquisa objetivou-se em caracterizar o potencial produtivo dos horticultores do sudeste paraense.

MATERIAL E MÉTODOS

            O município de Conceição do Araguaia, localizado no Sudeste no Estado do Pará, encontra-se no ecótono cerrado-amazônia e possui uma área de 5.829 km², segundo o IBGE (8). O município produz hortaliças, em especial folhosas, em sistemas de cultivo convencional, casas de vegetação e em sistemas hidropônicos.

A pesquisa foi desenvolvida a partir do interesse dos alunos do curso de Engenharia de Agronômica do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Estado do Pará – Campus de Conceição do Araguaia, no período de abril a junho de 2021. As técnicas usadas para coleta de dados foram: observações da realidade da comunidade e conversas informais, questionários com a finalidade de assimilar informações em relação aos aspectos econômicos e sociais dos produtores. Os dados foram avaliados e tabulados no (Excel 2016). Também foi garantida a liberdade de recusarem a participar em qualquer fase da pesquisa, sem qualquer prejuízo. Dessa forma, foram considerados os critérios da ética na pesquisa com Seres Humanos segundo Resolução nº 196/96 do Conselho Nacional de Saúde – Brasília-DF, sendo obedecidos em todos os procedimentos da investigação. O estudo é considerado descritivo de cunho quantitativo e qualitativo desenvolvido por meio de estudo de caso (9), considerando as seguintes etapas:

PRE – CAMPO: Pesquisa bibliográfica pertinente ao tema do estudo, elaboração do questionário e seleção dos horticultores da região.

CAMPO: Elaboração e aplicação de questionários. O instrumento para o levantamento das informações foi questionários com questões fechadas de múltipla escolha em forma de entrevista aos produtores. Para atingir esse objetivo, foi elaborado um questionário contendo 7 perguntas direcionadas a cadeia produtiva de hortaliças e aplicadas para 19 produtores de hortaliças da região com intuito de caracterizar o potencial produtivo desses horticultores, foi realizado entrevistas a campo e também por telefone. Diante das informações fez-se a análise e tabulação dos dados coletados.

Os questionários foram aplicados através de visitas in loco e os locais de aplicação dos questionários foram: Jardim Petrópolis, Giovamira, Seringal, PA Batente, Volta Nova e na Comunidade do Bacabal.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

1 IDENTIFICAÇÃO

Ao analisar as respostas dadas pelos produtores em relação aos resultados obtidos sobre a área de produção, nota-se que a maioria dos produtores possui uma extensão que varia entre 2000 m² a 5000 m², o que corresponde cerca de 44 % da área total da unidade produtora dos horticultores participantes da pesquisa, o que pode ser observado no gráfico abaixo (gráfico 1). Dessa forma 50% da área que é utilizada para produção é de 1000 m² a 2000 m², conforme o gráfico 2.

Gráfico 1 – Área total da unidade produtiva.  
Gráfico 2 – Área utilizada da unidade produtiva.  

Em relação à distância da sede do município (km), verificou-se que distância é curta de apenas 1 km a 3 km para 56% dos entrevistados. Como pode ser verificado no gráfico abaixo:

Gráfico 3 – Distância da unidade produtiva ao centro do município.  

Na descrição da idade e escolaridade, observa-se que 55% dos entrevistados não possui ensino fundamental completo o que pode está relacionado com a idade dos produtores, pois 48% dos mesmos têm entre 50 a 70 anos de idade. Como pode ser verificado nos gráficos seguintes:

Gráfico 4 – Escolaridade dos produtores.  
Gráfico 5 – Idade dos produtores.  

Em relação a número de pessoas que trabalham na unidade produtiva, nota-se que geralmente a mão de obra é dos próprios produtores como observa-se no gráfico 6, que demostra que 55% dos entrevistados têm duas pessoas trabalhando na UP que geralmente são cônjuge, seguida de 23% que trabalham sozinhas.

Gráfico 6 – Número de pessoas que trabalham na unidade produtora.  

2 PRODUÇÃO

De acordo com a pesquisa, verifica-se que a maioria dos entrevistados produzem alface (Lactuca sativa) e em seguida, cebolinha (Allium schoenoprasum), coentro (Coriandrum sativum) e rúcula (Eruca vesicaria ssp. Sativa), por possuir ciclo mais rápido e por ser mais fáceis de manejar. Mais também alguns produzem couve folha (Brassica oleracea), salsa (Petroselinum crispum), hortelã (Mentha spicata), pimenta (Capsicum frutescens), jiló (Gilo Group) entre outros. E 37%  desses produtos são comercializados  diretamente ao consumidor final e ao comércio local. como observado no gráfico 7. Dessa forma, 100% dos entrevistados relatam produzir a alface o ano todo.

Gráfico 7 – Para quem os produtos são comercializados.

CONCLUSÕES

A horticulta é uma importante atividade agrícola familiar, pois contribui para o fortalecimento da cadeia produtiva de hortaliças e garanti o sustento de inúmeras famílias brasileiras. O perfil dos produtores entrevistados no município de Conceição do Araguaia – PA corresponde a pequenos produtores familiares, em sua maioria de baixa escolaridade, as áreas do cultivo são bem próximas da cidade. A região do sudeste parense possui excelente potencial produtivo para hortaliças.

REFERÊNCIAS

  1. Melo AMT, Fabri EG. Boletim técnico-Informativo do Instituto Agronômico. Informações Técnicas: Horticultura No IAC: Pesquisa e Inovação Como Instrumento de Acesso a Novos Mercados. 2017. [Acesso em: 2021 abr 15]. Disponível em: http://oagronomico.iac.sp.gov.br/?p=893.
  2. Faulin EJ, Azevedo PF. Distribuição de hortaliças na Agricultura familiar: uma análise das transações. Informações Econômicas, SP, v.33, n.11, nov. 2003. [Acesso em: 2021 abr 15]. Disponível em: .
  3. Emater. Projeto Olericultura. Governo do Estado do Paraná. 2018. [Acesso em 2021 abr 15] Disponível em: http://pgppr.org.br/storage/projetos/anexos/1016/Anexo 4 – Projeto Olericultura – Emater.pdf
  4. Buainain, A. M. Agricultura familiar, agroecologia e desenvolvimento sustentável: questões para debate. Brasília: IICA, 2006.
  5. Banco Mundial. Relatório sobre o desenvolvimento mundial de 2008: Agricultura para o desenvolvimento. Washington: The World Bank, 2007.
  6. FAO – Food and Agriculture Organization of the United Nations. The state of food and agriculture: innovation in family farming. FAO: Roma, 2014.
  7. Souza, R.C.M.D. Cultivo orgânico de hortaliças não-convencionais da Amazônia: opção para a produção de alimentos e de renda para os assentados do sudeste paraense. 2010. [Acesso em: 2021 abr 18]. Disponível em: http://repositorio.unifesspa.edu.br/bitstream/123456789/632/1/TCC_Cultivo%20org%C3%A2nico%20de%20hortali%C3%A7as%20n%C3%A3oconvencionais%20da%20Amaz%C3%B5nia.pdf.
  8. IBGE – Instituto Brasileiro De Geografia E Estatística. Cidades: Conceição do Araguaia, 2015. [Acesso em: 2021 abr 15] Disponível em: .
  9. Gil, A.C. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2010.

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