DOENÇA HEPÁTICA GORDUROSA NÃO ALCOÓLICA E O TRATAMENTO NUTRICIONAL
Amanda Tays Godoi de Espindola 1; Cássia Thaís Pessoa de Albuquerque Ferreira2
1Nutricionista. Especialização em Nutrição Clínica, UNIFAVIP. E-mail: [email protected], 2 Nutricionista. Mestranda em Saúde e Desenvolvimento Socioambiental, UPE, Campus Garanhuns, Pernambuco; E-mail: [email protected]
RESUMO: A Doença Hepática Gordurosa não Alcoólica (DHGNA), causada pelo excesso de lipídeos nos hepatócitos elevando-se ao quadro de esteatose hepática. A DHGNA é comum em pessoas com síndromes metabólicas como obesidade, diabetes, hipertensão, dislipidemias. O diagnóstico mais fidedigno da esteatose hepática é realizado através de uma ultrassonografia e/ou biopsia. Quando se há excesso de gordura no fígado é comum o aumento das enzimas hepáticas alanina aminotransferase (ALT) e aspartato aminotransferase (AST), por isso, em exames laboratoriais essas enzimas estando aumentadas pode indicar ou ser suspeita a presença da esteatose hepática. A esteatose hepática pode ser sintomática ou assintomática, quando sintomática os sintomas mais comuns são o desconforto abdominal e o inchaço do quadrante superior direito do abdômen. Seu tratamento nutricional é baseado na perda de peso e em uma alimentação saudável, isenta de gorduras saturadas, frituras e açúcares refinados, visando a mobilização de lipídeos hepáticos. O presente trabalho tem por objetivo apresentar as principais causas da doença hepática gordurosa não alcoólica e seu tratamento por meio da terapia nutricional para melhora do quadro clínico das pessoas acometidas pela doença. Foi realizada uma busca de artigos científicos nas bases de dados do Scielo e PubMed, no mês de abril de 2021.
Palavras-chave: esteatose hepática; doença hepática não alcoólica; tratamento nutricional; alimentação; obesidade.
INTRODUÇÃO
A Doença Hepática Gordurosa não Alcoólica (DHGNA), é causada pelo excesso de lipídeos nos hepatócitos elevando-se ao quadro de esteatose hepática. Vários fatores estão interligados para o surgimento da doença como a obesidade, o sedentarismo, a insulina desiquilibrada, hipertensão e dislipidemias, fatores esses, que são gerados a partir de uma alimentação pouco saudável com alto teor de gordura e pobre em fibras e micronutrientes (MUNHOZ et al., 2017).
O diagnóstico mais fidedigno da esteatose hepática é realizado através de uma ultrassonografia e/ou biopsia. Quando se há excesso de gordura no fígado é comum o aumento das enzimas hepáticas alanina aminotransferase (ALT) e o aspartato aminotransferase (AST), por isso, em exames laboratoriais essas enzimas apresentando-se aumentadas pode indicar ou ser suspeita a presença da esteatose hepática (BRASIL, 2007).
A esteatose hepática pode ser sintomática ou assintomática, quando sintomática os sintomas mais comuns são o desconforto abdominal e o inchaço do quadrante superior direito do abdômen. O aumento do consumo de alimentos industrializados, ricos em açúcar e massas atribuído ao baixo consumo de micronutrientes colaboram ainda mais no surgimento da esteatose hepática. Seu tratamento nutricional é baseado na perda de peso e em uma alimentação saudável, isenta de gorduras saturadas, frituras e açúcares refinados, visando a mobilização de lipídeos hepáticos (CUPPARI, 2009).
PRINCIPAIS CAUSAS DA DHGNA
A Doença Hepática Gordurosa não Alcoólica, é mais presente em homens do que nas mulheres podendo ser classificada ainda como doença hepática alcoólica e não alcoólica, em níveis mais altos pode desenvolver a fibrose, cirrose e hepatocarcinoma, gerando por sua vez uma inflamação e o estágio se eleva para um quadro de Esteato-Hepatite. Estudos indicam que há uma grande relação da resistência insulínica, da obesidade, dos níveis dislipidêmicos e do sedentarismo serem um grande campo para proporcionar o aumento da gordura hepática, sobrecarregando assim ainda mais o fígado e desenvolvendo a DHGNA (DIASet al., 2009).
TRATAMENTO NUTRICIONAL
Não existe um tratamento específico para esteatose hepática gordurosa não alcoólica, o tratamento para esta doença inclui uma dieta equilibrada, mudança no estilo de vida e a prática de exercícios físicos, promovendo melhoras no metabolismo do paciente. Dessa maneira, o início do tratamento se dá por meio da perca de peso através das estratégias nutricionais na baixa ingestão calórica e a prática regular de exercícios físicos. Neste sentido, a alimentação deve estar associada ao consumo maior de fibras, de vitaminas e minerais e isenta de alimentos processados e ultraprocessados com alto teor de gordura insaturada, carboidratos simples e sódio (ADAMS et al., 2005).
A perda de peso deve ser saudável sendo de maneira gradual e progressiva cerca de 0,5g à 1kg de peso por semana, assegurando-se em uma alimentação de baixa caloria com base no gasto energético sem provocar estresse metabólico no paciente (ABESO, 2016).
Uma das condutas nutricionais está ligada ao fracionamento da dieta utilizado em pessoas obesas, segundo a diretriz ABESO, é de 55% de carboidratos, 20% de proteínas e 25% de lipídeos oferecendo de 1.000 a 1.200 calorias ao dia, de acordo com o peso ideal para mulheres, e de 1.200 a 1.400 calorias diárias para os homens (ABESO, 2016).
Outra forma de intervenção que pode ser utilizada para maior melhora dos casos de pacientes obesos, dislipidêmicos, resistentes à insulina, e apresentando ainda a doença hepática gordurosa não alcoólica é a dieta Lowcarb, segundo a Associação Brasileira Lowcarb (2018), é uma conduta isenta de alimentos industrializados e gorduras insaturadas, rica em carboidratos complexos, em proteínas magras e em gorduras saturadas favorecendo os bons resultados do tratamento.
CONCLUSÕES
Foi possível concluir com base nos artigos pesquisados, que a Doença Hepática Gordurosa não alcoólica além de acometer o fígado, pode comprometê-lo a outros aparecimentos patológicos como a fibrose, cirrose e até ao hepatocarcinoma. Sua principal causa é a má alimentação e o sedentarismo, e que ainda pode ser desenvolvida através de síndromes metabólicas como diabetes, obesidade, dislipidemias. Não há tratamento específico, mas se dá por meio da perda de peso, mudança no estilo de vida e alimentação saudável.
REFERÊNCIAS
ADAMS, L. A, ANGULO, P., LINDOR, K. D. Nonalcoholic fatty liver disease. CMAJ, v. 172, n.7, p. 899-905, 2005.
ALIMENTAÇÃO LOWCARB. Associação Brasileira LowCarb, 24 dez. 2018. Disponível em: https://www.ablc.org.br/alimentacao-low-carb-apresentacao/. Acesso em: 26 de abril de 2021.
BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Unicef. Cadernos de Atenção Básica: Carências de Micronutrientes / Ministério da Saúde, Unicef; Bethsáida de Abreu Soares Schmitz. – Brasília: Ministério da Saúde, 2007.
CUPPARI, L. Nutrição nas Doenças crônicas não-transmissíveis. Barueri, SP, Manole, 2009.
DIAS, G. A. et al., Avaliação da frequência de esteatose hepática detectada ao ultrassom abdominal de pacientes obesos não alcoolistas. GED, v. 28, n. 4, p. 115-120, 2009.
DIRETRIZ BRASILEIRA DE OBESIDADE. Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica, São Paulo – ABESO, 2016.
MUNHOZ, M. P. et al., Incidência de Esteatose Hepática Gordurosa não Alcóolica na População Adulta Atual. Revista Saúde Uni Toledo, SP, v.01, n.02, p.110-123, set./nov.2017.