Pesquisadores desenvolvem surfactantes derivados de microrganismos para a indústria alimentícia
Você já ouviu falar em bioemulsificantes? Eles são substâncias naturais que podem atuar como agentes emulsificantes na indústria alimentícia, substituindo os sintéticos que podem ser tóxicos ou prejudiciais ao meio ambiente. Neste post, vamos conhecer um pouco mais sobre uma pesquisa que desenvolveu e caracterizou um bioemulsificante derivado de micro-organismos com potencial aplicação na indústria alimentícia.
O título da pesquisa é “Production and Characterization of a Bioemulsifier Derived from Microorganisms with Potential Application in the Food Industry” e foi publicada na revista International Journal of Molecular Sciences. O resumo da pesquisa diz o seguinte:
“Há um crescente interesse no desenvolvimento e uso de emulsificantes naturais, que proporcionam biodegradabilidade e não toxicidade, além de dar melhor desempenho em comparação com os agentes emulsificantes existentes utilizados na indústria alimentícia. Uma grande variedade de fontes de material de partida, ou seja, os micro-organismos, estão disponíveis para serem utilizados, proporcionando assim uma gama diversificada de aplicações. O foco deste artigo de revisão é sobre a produção de bioemulsificantes, que são ditos “surfactantes verdes”, a partir de fungos, bactérias e leveduras; além disso, é apresentada uma visão geral sobre o conhecimento adquirido ao longo dos anos em termos de técnicas de caracterização. Os métodos utilizados para a caracterização e isolamento, como TLC, GC-MS, HPLC, NMR também foram estudados. Os produtos finais de aplicação, como biscoitos, muffins e massas, juntamente com os métodos utilizados para a incorporação de bioemulsificantes, micro-organismos dos quais eles são derivados, propriedades conferidas ao produto com o uso de um determinado bioemulsificante e comparação com os emulsificantes alimentares existentes foram discutidos em detalhes. As perspectivas futuras indicam que novos bioemulsificantes com propriedades antimicrobianas, antioxidantes e de estabilização terão um impacto maior, e a ênfase será em melhorar o desempenho por meio de uma metodologia economicamente viável. Com a tendência crescente para substitutos naturais dos sintéticos, os bioemulsificantes ganharam importância ao longo do tempo. Isso se deve à produção a partir de recursos renováveis, tendo melhor redução da tensão superficial ou atividade interfacial, baixa toxicidade, melhores propriedades físico-químicas e os efeitos emulsificantes e estabilizantes na indústria alimentícia. Os obstáculos na substituição completa por essas biomoléculas são o alto custo de produção e a baixa disponibilidade no mercado.”
Como podemos ver, os bioemulsificantes são moléculas promissoras que podem trazer benefícios tanto para a saúde humana quanto para o meio ambiente. Eles podem ser usados para melhorar a textura, a aparência, o sabor e a conservação de diversos produtos alimentícios, como biscoitos, muffins e massas. Além disso, eles podem ter propriedades antimicrobianas e antioxidantes, que podem prevenir o crescimento de microrganismos nocivos e retardar a oxidação dos alimentos.
A pesquisa realizada pelos autores mostrou que é possível produzir e caracterizar um bioemulsificante a partir de micro-organismos como fungos, bactérias e leveduras. Os resultados obtidos foram animadores e indicam que há um grande potencial para o desenvolvimento de novos bioemulsificantes com aplicações na indústria alimentícia. No entanto, ainda há alguns desafios a serem superados, como o alto custo de produção e a baixa disponibilidade no mercado. Por isso, é importante que haja mais investimentos em pesquisa e inovação nessa área, para que possamos aproveitar os benefícios dos bioemulsificantes de forma sustentável e acessível.
Se você se interessou pelo assunto e quer saber mais sobre a pesquisa, você pode acessar o artigo completo no link abaixo: https://www.mdpi.com/1422-0067/22/19/10455
Esperamos que você tenha gostado deste post e que tenha aprendido algo novo sobre os bioemulsificantes. Se você tiver alguma dúvida, sugestão ou comentário, deixe seu comentário abaixo. Até a próxima!
Tag:Alimentos, microrganismos, verde