O CUIDADO ALÉM DO ALIMENTO: A AUTOBIOGRAFIA COMO PARTE DA ABORDAGEM NUTRICIONAL AO ADOLESCENTE DIABÉTICO (RELATO DE EXPERIÊNCIA)
Capítulo de livro publicado no livro do I Congresso Internacional em Ciências da Nutrição. Para acessa-lo clique aqui.
DOI: https://doi.org/10.53934/9786585062015-17
Este trabalho foi escrito por:
Rita de Cássia de Araújo Bidô *; Miniamy Pereira Nobrega ; Maria Emília Evaristo Caluête ; Diego Elias Pereira ; Dalyane Lais da Silva Dantas ; Janaina Almeida Dantas Esmero ; Sandra Regina Dantas Baía
*Autor correspondente (Corresponding author) – [email protected]
Resumo: O diabetes mellitus compreende um dos mais importantes problemas de saúde pública, de incidência crescente. O diabetes mellitus tipo 1, comum na infância e adolescência, possui tratamento rigoroso e sistemático, por isso, é complicado para os adolescentes seguir o tratamento, fazendo-se necessário a ajuda de uma equipe interdisciplinar. Dentro dessa equipe, é indispensável a participação do nutricionista, que além de avaliar a necessidade nutricional do paciente, exerce o papel de educador em saúde. A autobiografia mostra-se uma ferramenta promissora nesse processo, uma vez que ela permite rememorar a vida através da escrita e, consequentemente, se fazer conhecido por outros. Objetivou-se, no presente trabalho, relatar a experiência vivida em uma atividade desenvolvida durante o Estágio Supervisionado em Nutrição Clínica utilizando a autobiografia como parte da abordagem nutricional ao adolescente diabético. Aplicou-se, além da autobiografia à paciente, um questionário à sua genitora. Os relatos autobiográficos mostraram que a paciente enfrenta dificuldades no controle da sua alimentação e na aceitação da doença, porém, demonstra ter sonhos e planos. O relato da mãe corrobora com essas informações. Conclui-se que a utilização da autobiografia como parte da abordagem de educação nutricional é importante no conhecimento do paciente e na definição de estratégias para o acompanhamento nutricional.
Palavras–chave: adolescência; diabetes; relato autobiográfico; educação nutricional
Abstract: Diabetes mellitus comprises one of the most important public health problems, with an increasing incidence. Type 1 diabetes, common in childhood and adolescence, has rigorous and systematic treatment, so it is difficult for adolescents to follow the treatment, requiring the help of an interdisciplinary team. Within this team, the participation of the nutritionist is essential, who in addition to assessing the nutritional need of the patient, plays the role of health educator. Autobiography proves to be a promising tool in this process, since it allows one to remember life through writing and, consequently, to make oneself known to others. The objective of the present work was to report the experience lived in an activity developed during the Supervised Internship in Clinical Nutrition using the autobiography as part of the nutritional approach to the diabetic adolescent. In addition to the autobiography of the patient, a questionnaire was applied to her mother. The autobiographical reports showed that the patient faces difficulties in controlling her food and accepting the disease, however, she demonstrates having dreams and plans. The mother’s report corroborates this information. It is concluded that the use of autobiography as part of the nutritional education approach is important in the knowledge of the patient and in the definition of strategies for nutritional monitoring.
Keywords: adolescence; diabetes; autobiographical account; nutrition education
INTRODUÇÃO
O diabetes mellitus é considerado um dos mais importantes problemas de saúde pública. Estima-se que em 1995 atingia 4,0% da população adulta mundial e, em 2025, alcançará a cifra de 5,4%. É caracterizado pelo excesso de glicose no sangue ou hiperglicemia, estando associado a complicações, disfunções e insuficiência de vários órgãos, especialmente olhos, rins, nervos, cérebro, coração e vasos sanguíneos. O surgimento dessas complicações pode resultar de defeitos na secreção e/ou ação da insulina envolvendo processos patogênicos específicos, como a destruição das células beta do pâncreas (produtoras de insulina), resistência à ação da insulina, distúrbios da secreção da insulina, entre outros (1-3).
Dentro os tipos de diabetes, o diabetes mellitus tipo 1 (DM1), também conhecido como diabetes juvenil, comum em crianças e adolescentes é caracterizado pela destruição das células-beta do pâncreas levando à deficiência progressiva na produção de insulina. Os pacientes portadores precisam de terapia com insulina a vida inteira. Essa terapia é o suporte principal do tratamento e do controle rígido da glicemia, entretanto, faz-se necessário o acompanhamento periódico para evitar ou minimizar suas complicações (4 -5).
A adolescência é a etapa de crescimento e desenvolvimento do ser humano marcado por profundas mudanças biopsicossociais, na qual o adolescente começa a definir sua identidade e estabelecer um sistema de valores pessoais, vivendo de forma intensa, sempre com sentimento de ambivalência entre fazer o que deseja e o que deve fazer. Controlar os níveis glicêmicos é uma questão complicada para os adolescentes, uma vez que, é necessária a racionalização da doença e do que se pode ou não fazer. Acredita-se que somente a partir da vida adulta os desejos são controlados em favor do racional (6-8).
Como o tratamento do DM1 se dá pelo uso constante de medicamentos (insulina ou hipoglicemiantes orais), dieta apropriada e prática de exercício físico, além de requerer um monitoramento frequente dos níveis glicêmicos, o adolescente pode se considerar impotente diante das mudanças na sua vida. Estas condições somadas ao fato da cronicidade da doença fazem com que o diabetes seja de difícil aceitação para crianças, adolescentes e familiares, requerendo adaptação nos âmbitos psicológico, social e físico, tanto por parte do portador como da família. Neste contexto, é necessário ajuda profissional, mais precisamente de uma equipe interdisciplinar (9-10).
Dentro da equipe multiprofissional, é importante frisar a participação do profissional da nutrição, responsável pela avaliação nutricional com o objetivo de adequar a dieta do paciente de acordo com suas necessidades e patologia (11). Além disso, o nutricionista possui papel importante como educador em saúde, incluindo as percepções das emoções e comportamentos do paciente em relação à sua patologia e tratamento. Como educador, utiliza-se da educação nutricional para tornar os indivíduos autônomos e seguros nas suas escolhas alimentares de forma a almejar uma alimentação saudável, prazerosa e que atenda às suas necessidades fisiológicas, psicológicas e sociais (12).
Inserida na metodologia qualitativa de educação, encontra-se a abordagem biográfica, caracterizada pelo compromisso de rememorar a história, pois, através dela a vida vai sendo revisitada pelo sujeito, tendo em vista que a memória é algo presente na existência do homem (13). Nesse campo, é possível, de acordo com a postura do profissional nutricionista adotada, construir conhecimentos significativos com o paciente, uma vez que o mesmo poderá ser considerado sujeito ativo do processo, continuamente aberto e flexível às suas necessidades (14).
Neste contexto, a autobiografia tem por função essencial servir para a auto localização do sujeito dentro do espaço sociocultural, levando em consideração que contar a própria vida é mais do que antecipar para os outros a memória que esta vida deixará, constitui-se em um processo de construção de si mesmo. Dessa forma, os relatos autobiográficos podem ser utilizados como ferramenta que contribui para a ampliação das possibilidades de atuação do profissional nutricionista nas práticas educativas (15-16).
Nesse sentido, objetivou-se, com o presente trabalho, relatar a experiência vivida em uma atividade desenvolvida durante o Estágio Supervisionado em Nutrição Clínica em um hospital universitário na cidade de Campina Grande/Paraíba, utilizando a autobiografia como parte da abordagem nutricional ao adolescente diabético.
MATERIAL E MÉTODOS
Trata-se de um relato de experiência feito a partir de um estudo qualitativo observacional, realizado em um hospital universitário na cidade de Campina Grande/Paraíba, em julho de 2015.
Foram realizadas visitas diárias aos pacientes que se encontravam nos leitos pediátricos para diabéticos, a fim de conhecê-los através de diálogo, bem como identificar necessidades no âmbito nutricional.
Posteriormente às visitas foi planejada a realização de atividades de educação nutricional com um grupo de sete pacientes diabéticos (crianças e adolescentes), porém, devido a rotatividade do serviço no que se refere a admissão e alta hospitalar, culminou em uma amostra reduzida de 3 pacientes.
A atividade de educação nutricional abrangeu, primeiramente, a exposição de um vídeo autoexplicativo sobre a fisiopatologia do diabetes seguido da apresentação de uma palestra intitulada: “Uma conversa sobre Diabetes”, como mostra a figura 1. O vídeo e os slides foram expostos em um notebook, no espaço do próprio hospital.
Após a realização das atividades anteriormente citadas e as visitas aos leitos, foi observado que uma das três pacientes se mostrava resistente em aceitar sua patologia de base, apresentando oscilações de humor e, por isso, ela foi a selecionada para a aplicação do trabalho autobiográfico como parte da abordagem nutricional. Para tanto, foi confeccionada e destinada à paciente do sexo feminino, uma folha no modelo de carta confeccionada de forma criativa e acolhedora para a sua escrita contendo algumas perguntas para norteá-la na elaboração da autobiografia, a saber: Quem sou eu? Qual a história da minha alimentação? Quais meus sonhos e medos? deixando-a à vontade para dissertar sobre essa temática.
Posteriormente, foi elaborado um questionário, pelos próprios pesquisadores, e direcionado à mãe da paciente, a fim de avaliar sua percepção em relação à conduta da filha frente ao trabalho educativo que estava sendo desenvolvido. O questionário direcionado à mãe foi aplicado em forma de entrevista e continha pontos que abordavam as seguintes questões: 1- É difícil lidar com um adolescente diabético?; 2- Quais as principais dificuldades?; 3- Você observou alguma diferença nos hábitos alimentares ou comportamento da paciente depois que a mesma passou a receber o atendimento nutricional/visitas diárias?; 4- No seu ponto de vista qual foi o papel ou contribuição das visitas/atenção das estagiarias de nutrição?; 5- Algo mais a relatar?
Após o término da escrita da autobiografia, foi realizada sua avaliação através da leitura dos escritos, buscando encontrar relação entre paciente-sentimento-alimentação. Também foram avaliadas as respostas da mãe da adolescente através do questionário aplicado.
RELATO DE EXPERIÊNCIA
O foco da atividade realizada foi a utilização da autobiografia como parte da abordagem nutricional ao paciente adolescente diabético tendo em vista que essa é uma fase marcada por transição, ansiedade e incertezas, principalmente quando associada a uma patologia como a diabetes. O objetivo foi desenvolver uma relação de maior proximidade e confiança de forma leve e carismática com a paciente, e desse modo, poder realizar a abordagem nutricional de forma mais comunicativa e participativa.
Para o desenvolvimento da intervenção e avaliação por meio da autobiografia, foi escolhida a paciente identificada com as iniciais A. L. S., de 16 anos de idade. O critério para a escolha da paciente em questão baseou-se no fato dela, durante a exposição do trabalho educativo, mostrar resistência no tocante à aceitação da doença; porém, participativa relatando seus conhecimentos e experiências.
Na atividade da autobiografia a adolescente referiu que foi diagnosticada com DM1 há 12 anos, quando tinha apenas quatro anos de idade, mostrando um considerável período de convivência com a patologia, o que lhe proporcionou experiências e aprendizado. Moreira e Dupas (9), em sua pesquisa realizada com crianças e uma adolescente diabética, afirmou que “a criança aprende a reconhecer a linguagem do corpo, em decorrência do autoconhecimento que adquire com o tempo. Ela já sabe o que significa uma dor de cabeça, ou, a vontade excessiva de ir ao banheiro ou beber água”.
Marcelino e Carvalho (6) apresenta em seu trabalho que indivíduos com diagnóstico de diabetes apresentam ansiedade a respeito da saúde, medo da morte, chegando a apresentar ideias de suicídio. A. L. S. escreveu na sua autobiografiaque o seu maior medo é morrer e de perder quem ama, como sua avó materna, tal sentimento também foi expresso por um dos entrevistados por Moreira e Dupas (9) “A gente tem medo de morrer, gente que tem diabetes. Porque umas pessoas que têm diabetes já morreram. Se comer muito doce (Entrevistado 5).”
Outro medo relatado pela paciente diz respeito ao seu futuro, para o qual ela afirma ter medo de não ser feliz, mas, em seguida, escreve enfaticamente que claro que será feliz. Marcelino e Carvalho (6) também abordada estas questões em seu trabalho, no qual é citado que tendências depressivas são frequentes nos jovens diabéticos e que a maioria deles apresentam ansiedade, angústia e inquietação diante do futuro, e esses sentimentos podem gerar ideias de suicídio. Porém, vale ressaltar que cada indivíduo reage diferente diante das situações, pois dependerá da estrutura psíquica ou organização mental de cada ser (6).
Umas das dificuldades encontradas pelos portadores de diabetes na infância e adolescência é o fato de não poderem comer os doces que antes comiam. A. L. S. escreveu que quando era criança gostava muito de comer chocolates e besteiras. Moreira e Dupas (9) também observaram isso na sua pesquisa “Às vezes eu vejo alguém comendo doce e eu falo: ‘Ah, antes eu adorava isso, agora não posso mais comer’. Então, dá uma pontinha de vontade (Entrevistado 4)”.
A. L. S. relatou fatos da sua infância no decorrer da sua autobiografia dizendo que lembrava que quando ia ao hospital corria bastante, subia e descia a rampa muitas vezes e que as pessoas ficavam impressionadas com ela. Apesar da adolescente não escrever que agora não faz mais isso, percebemos um sentimento de saudade ao fazer referência a tal acontecimento, revelando, assim, dificuldade ou menos disposição para as mesmas atividades. Esse também foi um problema relatado por uma criança diabética, descrito por Moreira; Dupas (9): “Ah, eu andava muito de bicicleta, corria. Agora não, cansa, cansa mais rápido. É cansativo, entendeu? Às vezes, quando eu ando de bicicleta a perna começa a ficar mole, eu paro. Correr também. Eu corria bastante. Agora diminuiu a velocidade… Eu não consigo correr, não tenho mais tanta força como eu tinha. Fico cansado (Entrevistado 6).”
Observando o escrito de A. L. S., ela escreveu que a história de sua alimentação é bem esquisita, disse ela. Quando ela descobriu que tinha DM1, as pessoas lhe ofereciam doces e ela não aceitava, porém, quando a adolescência chegou, ela confessou que às vezes fazia algumas extravagâncias. Observamos, que na infância dela era mais fácil controlar a vontade de comer certos alimentos ou que sofria menos influência de outras pessoas. Já com a chegada da adolescência o comportamento diante desse tipo de situação mudou e, como a própria paciente relatou, chega a ter exageros. Esse comportamento é respaldado em outro trabalho (6) demonstrando que antes dos 10 anos de idade o paciente diabético aceita a doença mais passivamente, mas, com a adolescência chega também a revolta. Outro adolescente com DM1 também mostra esse comportamento, como pode ser observado em seu depoimento: “[…] é triste ver o povo comendo e você num poder comer, principalmente brigadeiro, às vezes como escondida […] (Entrevistado 9)” (17).
Apesar das dificuldades, anseios, incertezas e medos enfrentados pela adolescente, pôde-se observar que, como qualquer outro indivíduo dessa faixa etária, ela possui sonhos e projetos para seu futuro. É uma pessoa que ama o que tem e as pessoas a sua volta, pois ela escreveu que descobriu que tinha DM1 quando tinha 4 anos de idade, mas, que não se importava com isso, pois, não ia ser isso que iria tirar seu foco de louvar a Deus, de ser feliz, de receber e distribuir carinho às pessoas. Ela escreveu também que é uma pessoa que ama o que tem e ama a família que tem, que gosta de sorrir, brincar, conversar, que seu maior sonho é se formar em Arquitetura com paisagismo, urbanismo e interiorização. Sonha também em ser uma ótima esposa e mãe e quer continuar linda.
A adolescente no último parágrafo da sua autobiografia relata como foi receber as visitas e o atendimento nutricional pelas duas estagiárias do Estágio Supervisionado em Nutrição Clínica. Ela afirmou que foi ótimo o atendimento, que algumas dúvidas que existiam foram sanadas, e que além de tudo, as estagiárias eram ótimas pessoas, nas quais podia confiar.Ela termina agradecendo por tudo e afirmando que passou a nos amar e pedindo para não esquecer ela, desenhando uma carinha de feliz.
Em relação ao questionário aplicado à mãe, obtivemos as seguintes respostas:
- É difícil lidar com um adolescente diabético? Quais as principais dificuldades? A mãe escreveu que é difícil demais, pois, eles necessitam ter consciência que precisam se cuidar e que o principal desafio deles é não aceitarem que tem a doença.
- Você observou alguma diferença no consumo ou comportamento de A. L. S. depois que passou a receber o atendimento nutricional/visitas diárias? A mãe escreveu que viu que nos primeiros dias que chegaram ao hospital a adolescente estava bem restrita e que depois das visitas ela ficava mais animada. E em casa observou que ela está mais cuidadosa tomando a insulina corretamente.
- No seu ponto de vista qual foi o papel ou contribuição das visitas/atenção das estagiarias de nutrição? A mãe relatou que foi a conscientização da adolescente.
- Algo mais a relatar? A mãe escreveu que a paciente se sentia mais à vontade em conversar com alguém que entendia a doença e que entendia ela.
O relato da mãe através do questionamento é semelhante ao de outra mãe encontrada no estudo de Nunes e Dupas (18): “[…] é muito difícil, nossa é muito difícil, no início sabe acho que não é só no início, a pessoa ter um familiar diabético, é muita responsabilidade, ainda mais sendo uma criança, que você tem que cuidar né, tratar né, alimentar bem, você tem que ensinar, reeducar ele na verdade, não é verdade? (Mãe 1)”.
Associando as respostas da mãe da adolescente com o relato da paciente, é possível constatarmos que as visitas realizadas e o trabalho de educação nutricional podem ter contribuído para a conscientização da adolescente e, proporcionou momentos em que ela pôde expor e sanar suas dúvidas.
CONCLUSÕES
Os resultados encontrados, através dos relatos autobiográficos, permitiram enxergar as dificuldades que a adolescente enfrenta frente à patologia, como por exemplo, o de controlar a vontade de comer alguns alimentos que devem ser evitados ou consumidos com controle, tornando possível o planejamento junto à equipe multidisciplinar de ações mais direcionados a paciente. A utilização da autobiografia como parte da abordagem nutricional mostra-se eficaz, pois, permitiu de forma dinâmica e acolhedora, interagir com o paciente e extrair informações importantes que muitas das vezes são deixadas em segundo plano e que são essenciais para entender os anseios do paciente, bem como, fundamentais para traçar medidas de intervenção e acompanhamento nutricional.
A realização da atividade em grupo (adolescentes e seus acompanhantes) nos permitiu observar o quanto esse tipo de atividade é importante, pois as dúvidas em torno da alimentação, principalmente associadas à patologia em questão, são amplas; sendo peça para auxiliar no controle e tratamento do diabetes.
A utilização da autobiografia como parte da abordagem nutricional permite ao profissional nutricionista vivenciar o desafio das percepções subjetivas autorrelatadas, associadas às percepções clínicas, possibilitando, dessa forma, conhecer e cuidar do paciente além do alimento.
AGRADECIMENTOS
Ao Hospital Universitário Alcides Carneiro (HUAC) e à Universidade Federal de Campina Grande, Campus Cuité PB (UFCG/CES) pela estrutura e pelos trâmites legais concedidos, a todos os funcionários do Setor de Nutrição e Dietética do HUAC, às Nutricionistas e Mestras preceptoras do local de estágio Maria Emília Evaristo Caluête e Sandra Regina Dantas Baía, à orientadora Profª. Drª. Janaina Almeida Dantas Esmero pela confiança, pelo apoio, pelo amor e pelos meios que tornaram possível a realização desse trabalho. Gratidão à minha companheira de estágio Miniamy Pereira Nobrega e à adolescente e sua mãe (personagens desse relato) por terem sido tão disponíveis amorosas em todas as etapas desse trabalho.
REFERÊNCIAS
- Lima JG, Nóbrega LHC, Vencio S. Diabetes Mellitus: Classificação e Diagnóstico. Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina – Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, 2004.
- Ministério da Saúde (BR). Diabetes Mellitus. Brasília: Ministério da Saúde, 2006. (Cadernos de Atenção Básica, n. 16).
- Peixoto GV, Silva RM da. Estratégias Educativas ao Portador de Diabetes Mellitus: Revisão Sistemática. Artigo. 2011;13(1):74–81.
- Witzberg D. Nutrição oral, enteral e parenteral na prática clínica. 4. Ed. Editora Atheneu, 2009.
- Ministério da Saúde (BR). Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica: diabetes mellitus. Brasília: Ministério da Saúde, 2013. (Cadernos de Atenção Básica, n. 36).
- Marcelino DB, Carvalho MD de B. Reflexões sobre o diabetes tipo 1 e sua relação com o emocional. Psicol Reflexão e Crítica. 2005;18(1):72–7.
- Reato LFN. Silva LN, Ranña FF. Introdução – Manual de Atenção à Saúde do Adolescente. CODEPPS. São Paulo: SMS, 2006.
- Ministério da Saúde. Diretrizes Nacionais para a Atenção Integral à Saúde de Adolescentes e Jovens na Promoção, Proteção e Recuperação da Saúde. Brasília – DF 2010.
- Moreira PL, Dupas G. Living with diabetes: the experience as it is told by children 1. 2005;14(1).
- Caires M G, Alisson A. Grupo educativo com adolescentes diabéticos: um relato de experiência. Adolesc. Saude. 2013;10.1,56-62.
- Pereira JO, Oliveira EF. A importância do profissional nutricionista no âmbito hospitalar.Anais eletrônicos da I CIEGESI / I encontro científico do PNAP/UEG, 2012;22–3.
- Lima KA. Análise do processo de construção do conhecimento dietoterápico de pacientes diabéticos atendidos no programa saúde da família do município de Araras [Dissertação/Mestrado] – Faculdade de Ciências Farmacêuticas, Universidade Estadual Paulista, Araraquara, 2004.
- Silva AP, Barros CR, Barros VA De. “ Conte-me sua história ”: reflexões sobre o método de História de Vida. 2007;I:25–35.
- Manço AM, Costa FNA. Educação nutricional: caminhos possíveis. Alim. Nutr. 2004;15(12);145–53.
- Pinto VLX. As coisas estão no (meu) mundo, só que eu preciso aprender: autobiografia, reflexividade e formação em educação nutricional [Tese/Doutorado em Educação nutricional] – Programa de Pós-graduação em Educação, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal-RN, 2006.
- Perez RCA, Oliveira MHP, Bataglia PUR. A promoção da saúde a partir da interação social: um estudo com idosos participantes de oficinas de produção autobiográfica. Trabalho apresentado no III Congresso Ibero-americano de Psicogerontologia. São Paulo [ca. 2009].
- Santos RAB, Pinto SL, Almeida VCF, Lisboa KWSC, Marques SF. Diabetes mellitus tipo 1: implicações na qualidade de vida dos adolescentes. e-ciência. 2013;1(1).
- Nunes MDR, Dupas G. Entregando-se à vivência da doença com o filho: a experiência da mãe da criança/adolescente diabético. Texto Contexto Enferm. 2004;13(1):83-91.